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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Há associação entre repolarização precoce e síncope? Resultados do teste da mesa inclinada em pacientes com elevação do ponto J.

THIAGO M. JAYME, DALMO A R MOREIRA , CECILIA M.BOYA BARCELLOS, RICARDO HABIB, PAULO MEDEIROS
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução: A repolarização precoce (RP), definida como elevação do ponto J > 1 mm em duas derivações eletrocardiográficas contíguas, tem relação com arritmias complexas, como a fibrilação ventricular idiopática, além de ser marcador de risco maior para morte súbita em cardiopatias elétricas primárias. É um achado que, por estar relacionado com a hiperatividade vagal, pode também ter alguma influência em quadros sincopais secundários à reflexos neuromediados.

Objetivo: avaliar se P com RP têm maior risco de síncope ao teste da mesa inclinada (TMI).

Métodos: Os resultados do TMI foram reavaliados em 96 P consecutivos (51♂, 45♀, média de idade de 41±24 anos, variando entre 8 e 81anos) que se submeteram ao procedimento padrão (inclinação a 70 graus por 30 min, com sensibilização quando indicada) para esclarecimento diagnóstico de síncope. Foram comparados os resultados dos P com e sem RP.

Resultados: Todos os P tinham história compatível com síncope neuromediada e não eram portadores de cardiopatia. O padrão de RP esteve presente em 68 P (70%), seja em região inferior, lateral ou em ambas. O TMI foi positivo em 23/96 P (sensibilidade de 24%). A positividade do TMI foi maior nos P com RP (20/23, 86%) em relação àqueles sem RP (3/23, 13%). Entretanto, quando se considerou a população como um todo, a presença de RP não discriminou P com TMI positivo ou negativo (X2= 2,84; p=0,09). Quando a análise foi feita por regiões, a RP em região lateral apresentou resultado similar (X2=3,16; p=0,075). Entretanto, o TMI foi alterado em proporção maior de P com RP em região inferior em comparação com aqueles com ST normal (X2= 4,921; p=0,027). A elevação do ponto J foi maior em região inferior (1,04±0,46 mm) em relação a parede lateral (0,75±0,42 mm; p<0,002). Quando se analisou a curva ROC para determinar a acurácia da RP em identificar  P com maior risco de síncope ao TMI, a área sob a curva foi de 0,618 (IC 95% variando entre 0,545 e 0,687; p=0,007), com sensibilidade de 74% e especificidade de apenas 52%. Apesar desses resultados ficou claro que a baixa especificidade do resultado torna a RP pouco relevante na identificação de P  para sincope ao TMI.

Conclusões: a) a reprodução da síncope ao TMI em P com RP é elevada; b) a RP em região inferior identifica maior proporção de P com risco de síncope ao TMI; c) apesar desses achados, a acurácia da RP para predição de sincope ao TMI é apenas marginal.

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