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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Exposição à poluição do ar durante a gravidez induz disfunção cardiovascular e neuroimune na prole

Sarah Cristina Ferreira Freitas, Sarah Cristina Ferreira Freitas, Marina Henriques Rascio Dutra, Camila Paixão, Daniela Dias, Maikon Barbosa da Silva, Mariana Veras, Maria-Cláudia Irigoyen, Kátia De Angelis
UNINOVE - São Paulo - SP - Brasil, UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - Brasil, HOSPITAL DO CORAÇÃO - - SP - BRASIL, Faculdade de Medicina da USP - São Paulo - SP - Brasil

Introdução: A exposição a gases e partículas poluentes tem sido associada com aumento da atividade simpática e redução da parassimpática inclusive em população de gestantes, embora pouco se saiba sobre a capacidade dessas partículas causarem disfunções autonômicas a longo prazo sobre a prole. Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos cardiovasculares e neuroimunes na prole da exposição diária de material particulado menor que 2,5 μm (MP2,5) durante a gravidez de ratas normotensas.

Métodos: Ratas Wistar, após o acasalamento, foram divididas em ratas grávidas não expostas à poluição do ar e expostas à poluição do ar (MP2,5, 600 μg/m3/dia). Seus filhotes foram distribuídos em 4 grupos: prole de ratas grávidas não expostas (WC fêmeas e WC machos) ou expostas à poluição do ar (WE fêmeas e WE machos) divididos de acordo com o sexo (n=7/cada). Após 60 dias de vida, foi realizada cateterização arterial para registro direto da pressão arterial (PA) e análises da variabilidade cardiovascular e da sensibilidade barorreflexa pela injeção de drogas vasoativas. Mediadores inflamatórios foram avaliados no coração por ELISA.

Resultados: Houve aumento na PA diastólica e média (PAM) nos grupos WE em comparação com seus controles em ambos os sexos (PAM-WC fêmeas: 99±2,83; WC machos: 104±2,31; WE fêmeas: 110±1,61; WE machos: 114±2,28 mmHg). Os filhotes de ratas grávidas expostas à poluição do ar também apresentaram redução na sensibilidade barorreflexa em comparação com seus respectivos controles. A variância da PA sistólica (WC fêmeas: 3,80±0,48; WC machos: 4,49±0,25; WE fêmeas: 8,05±0,85; WE machos: 7,14±0,64 mmHg2) e o balanço simpato-vagal cardíaco (WC fêmeas: 0,29±0,03; WC machos: 0,24±0,03; WE fêmeas: 0,56±0,09; WE machos: 0,47±0,06) estavam aumentados nos grupos WE quando comparados aos controles. Em relação à inflamação, houve aumento da IL-6 nos grupos WE e de IL-10 apenas no grupo WE fêmeas.

Conclusão: Nossos resultados evidenciaram aumento da PA associada a disfunção autonômica e de mediadores inflamatórios cardíacos na prole adulta jovem de ratas normotensas expostas à poluição do ar (MP2,5) durante a gestação. Tais achados podem estar associados ao desenvolvimento de doenças crônicas precoces, bem como maior risco cardiovascular na prole de mães expostas à poluição do ar.

 

Apoio Financeiro: CAPES, FAPESP, CNPq.

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