Objetivo: Avaliar a acurácia do pico de troponina na predição de mortalidade na UTI em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca comparado ao Euroscore II (ES).
Material e Métodos: Análise reprospectiva com pacientes admitidos em UTI no pós-operatório de cirurgia cardíaca, de janeiro/2019 a dezembro/2019. Foi utilizado o coeficiente de Spearman para analisar se houve significância estatística entre o pico de troponina e a mortalidade.
Resultados: Foram analisados 1660 pacientes, sendo 920 (55,4%) do sexo feminino e 740 (45,6%) do sexo masculino. A mediana da idade do grupo total foi 62 anos (IQ: 43-75) e da fração de ejeção de 50% (IQ:32-69). Observou-se um tempo de CEC médio de 80min (IQ: 60-130) e a revascularização do miocárdio como cirurgia mais frequente, correspondendo a 1130 casos (68%). Evoluíram com óbito 40 pacientes (2,4%), O ES médio de todo o grupo era de 6,7%. O grupo óbito apresentou maiores valores de pico de troponina do que aqueles que sobreviveram (9,7vs 3,8 p < 0.01).
Conclusão: Nessa população avaliada, a mortalidade encontrada foi menor do que a estimada pelo ES (2,4% x 6,7%). Houve relevância estatística quando observa-se o valor do pico de troponina em relação a mortalidade, sendo portanto uma variável, mesmo que de forma isolada, importante para a estimativa de óbito.