Resumo
Este estudo teve como objetivo examinar a relação entre conhecimento sobre a doença e o tratamento e o comportamento de autocuidado em pessoas com insuficiência cardíaca em atendimento ambulatorial e explorar as possíveis associações com dados sociodemográficos e clínicos.
Método: Estudo observacional, transversal, com abordagem quantitativa. Foram recrutados pacientes com insuficiência cardíaca de dois ambulatórios. Foi aplicado um questionário com dados sociodemográficos e clínicos e os pacientes responderam a um questionário sobre comportamentos de autocuidado – Self-care Heart failure Index-SCHFI 6.2 versão brasileira e Conhecimento sobre a doença e tratamento validados para uso no Brasil. Utilizou-se análise multivariada para estimar as associações entre conhecimento, comportamento de autocuidado e dados sociodemográficos e clínicos.
Resultados: Trata-se de análise parcial dos dados. A amostra foi constituída por 20 pacientes com idade média de 66,50 (DP=12,08, 50% do sexo masculino; 60% com ensino fundamental incompleto). Do total, 60% obtiveram menos de 50% de acertos em conhecimento sobre a doença. O comportamento de autocuidado foi inadequado nas três subescalas (escores médios abaixo de 70): Manutenção do Autocuidado (51,65 ±12,44), Manejo do Autocuidado (42,27±24,53) e Confiança no Autocuidado (65,88±16,15). Melhores desempenhos em conhecimento sobre a doença e tratamento foram apresentados pelos participantes que têm a prática de atividades físicas (p=0,009) e pelos que tiveram melhores escores em autocuidado de manutenção (r=0,428). Houve correlação fraca entre conhecimento e idade (r=-0,311) classe funcional (r=0,311), polifarmacia (r=0,227), número de doses de medicamentos (r=0,290), autocuidado de gerenciamento (r=0,298) e confiança no autocuidado (r=0,244).
Conclusão: Os resultados parciais apontam para baixo conhecimento sobre a doença e o tratamento, bem como autocuidado inadequado na maioria dos pacientes. Nas análises de correlação, o conhecimento sobre a doença e tratamento obteve correlação moderada com comportamento de manutenção do autocuidado e a realização de atividade física foi associada ao melhor conhecimento sobre a doença e tratamento.
