Introdução: O grau de investimento em suporte circulatório hemodinâmico e mecânico em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) descompensada no Brasil ainda é pouco descrito. No entanto, tal abordagem pode ser determinante no prognóstico durante a internação. Métodos: Estudo observacional, prospectivo e multicêntrico com o objetivo de avaliar a prevalência do uso de suporte circulatório hemodinâmico e mecânico em pacientes com IC descompensada e baixo débito cardíaco. Foram incluídos 909 pacientes e avaliados uso de adrenalina, milrinone, levosimendan, dobutamina, nitroprussiato de sódio, noradrenalina, balão intra-aórtico (BIA) e oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO). Análise estatística: Os dados foram descritos em valores absolutos, médias, medianas e porcentagens. Resultados: A mediana de idade foi de 64,15 anos, sendo 60% do sexo masculino. Houve 300 (33%) óbitos durante a internação. Em relação ao uso de drogas vasoativas, 2,4% usaram adrenalina, 3,7% milrinone, 0,8% levosimendan, 68,3% dobutamina, 21,3% nitroprussiato de sódio e 13,1% noradrenalina. Já em relação ao suporte circulatório mecânico, 8,0% usaram BIA com mortalidade intrahospitalar associada de 58,9%, enquanto 0,6% usaram ECMO com mortalidade de 20%. Conclusão: Dobutamina continua sendo o medicamento de escolha no choque cardiogênico. O uso de vasodilatadores ainda perfaz uma porcentagem pequena do total de pacientes em baixo débito. O uso de suporte circulatório aparece como auxiliar, porém em uma porcentagem menor de pacientes com IC. Até onde temos conhecimento, essa é a maior coorte brasileira de pacientes admitidos na emergência com baixo débito cardíaco.