Introdução: O treinamento muscular inspiratório (TMI) aumenta a força e a resistência dos músculos ventilatórios, o que promove o aumento da capacidade funcional e a melhora da qualidade de vida. Diferentes protocolos de TMI foram realizados, tanto em indivíduos saudáveis quanto em pacientes com doenças cardiopulmonares, entretanto não são conhecidos os seus efeitos sobre a variabilidade da frequência cardíaca (VFC). Assim, o objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos de diferentes protocolos de TMI na VFC de indivíduos jovens saudáveis.
Métodos: Indivíduos jovens saudáveis, de 18 a 30 anos, realizaram 3 protocolos de TMI, aleatoriamente, com um intervalo de 48hrs entre eles. A intensidade dos protocolos foi baseada a partir da medida prévia da força muscular inspiratória, através dos valores de pressão inspiratória máxima (PImáx), por meio do manovacuômetro digital Microhard MVD500 (Globalmed, Porto Alegre/RS). Os protocolos de TMI foram divididos e realizados da seguinte forma: T1, com carga de 30% da PImáx durante 30 minutos; T2, com carga de 60% da PImáx durante 15 minutos; e T3, com carga de 100% da PImáx durante 1 minuto. Os dados da VFC foram captados durante o repouso de 10 minutos e durante a realização dos 3 diferentes protocolospor meio de um cardiofrequencímetro (Polar® S810i), fixado no tórax dos voluntários.
Resultados: Foram avaliados 34 indivíduos (61,8% mulheres). Nos protocolos T1 e T2, houve um aumento do componente de alta frequência e redução do componente de baixa frequência. No T3, houve a redução do componente de alta frequência e o aumento do componente de baixa frequência.
Conclusões: Este estudo demostrou que o TMI promoveu alterações na VFC, sendo que o T1 e T2 aumentou a modulação parassimpática, enquanto que o T3 aumentou o componente simpático. Sendo assim, os achados sugerem que o T1 e T2 promoveram melhora do controle autônomo.