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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Efeito de um programa de exercício físico na resposta inflamatória de pacientes com doença falciforme

Daniele Andreza Antonelli Rossi, Jonas Alves de Araujo Junior, Caroline FSM Pupo da Silveira, Karina ND Secco Malagutte, Fabrício Moreira Reis, Newton Key Hokama, Marcos Ferreira Minicucci, Meliza Goi Roscani, Silméia Garcia Zanati Bazan
FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU - - SP - BRASIL

Introdução: A doença falciforme é uma desordem hematológica hereditária na qual ocorre uma mutação, originando a hemoglobina S. Existe na doença um ambiente vascular pró-inflamatório. O efeito benéfico do exercício físico na capacidade funcional e na resposta inflamatória é bem conhecido nas doenças cardiovasculares, mas são raros os estudos com doença falciforme. Elaborou-se a hipótese de que o exercício físico regular pode exercer efeito favorável na resposta inflamatória de pacientes com doença falciforme, contribuindo para a melhora da qualidade de vida. Objetivos: Avaliar o efeito de um programa de exercício físico regular sobre a resposta inflamatória em pacientes com doença falciforme. Casuística e Métodos: Foi realizado ensaio clínico, incluindo pacientes com diagnóstico de doença falciforme de um Hospital Terciário. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo Exercício: realizaram um programa de exercício físico, três vezes por semana, por um período de oito semanas e Grupo Controle: realizaram atividade física de rotina. Todos os pacientes foram submetidos inicialmente e após oito semanas de protocolo, às avaliações: clínica, física, laboratorial, qualidade de vida e ecocardiográfica. Análise estatística: as comparações entre os grupos foram feitas pelo teste t de Student, Mann-Whitney, teste de Chi-quadrado ou teste exato de Fisher. Foram realizados análise de regressão linear ou coeficiente de correlação de Spearman. Nível de significância p<0,05. Resultados: Não foi observada diferença significante da resposta inflamatória entre os grupos controle e exercício.  No grupo exercício, houve melhora dos valores de VO2 máximo (p<0,001), aumento na distância percorrida (p<0,001), melhora no domínio limitação por aspectos físicos do questionário de qualidade de vida SF-36 (p=0,022) e aumento da atividade física relacionada com lazer (p<0,001) e caminhada (p=0,024) no questionário internacional de atividade física (IPAQ). Houve correlação negativa entre os valores de IL-6 com distância percorrida na esteira (coeficiente de correlação -0,444; p=0,020) e com valores de VO2 máximo estimado (coeficiente de correlação -0,480; p=0,013) nos pacientes com doença falciforme de ambos os grupos. Conclusões: Apesar de não ter ocorrido atenuação da resposta inflamatória como efeito do programa de exercícios, podemos considerar que atividade física regular em intensidade moderada parece ser segura nos pacientes com doença falciforme e provavelmente relaciona-se a efeitos benéficos na tolerância aos esforços e na melhora da qualidade de vida. 

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