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MIOCARDITE LÚPICA COMO APRESENTAÇÃO INICIAL DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

Maria Clara Ferreira Nonato Romania, Emílio Bolzani, Cláudio Franco do Amaral Kfouri, Luis Eduardo de Melo, Ricardo Barbieri Romania, Renato Noffs Gilio
Faculdade de Medicina da Universidade de Araraquara - Araraquara - São Paulo - Brasil, Santa Casa de Araraquara - Araraquara - São Paulo - Brasil

Intrudução: Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença crônica autoimune, tipicamente de mulheres jovens, que se caracteriza por alterações sistêmicas e cursa com formação de serosites. O coração encontra-se acometido em cerca de 50% dos casos, sendo a pericardite a principal manifestação cardíaca da doença. A miocardite lúpica (ML) requer uma abordagem urgente, uma vez que pode cursar com complicações como arritmias, distúrbios de condução, cardiomiopatia dilatada e evolução para insuficiência cardíaca (IC). Relato de Caso: Paciente feminino, 21 anos, admitida na SCA–SP, há 6 meses em uso de metotrexate para tratamento de Artrite Reumatoide, apresentou quadro de pancitopenia, fadiga, dispneia aos pequenos esforços, palpitações, dispneia paroxística noturna, edema e petéquias em membros inferiores. Realizado ecocardiograma que evidenciou fração de ejeção de 31%, com hipocinesia difusa do VE e moderado derrame pericárdico. Mantinha-se taquicárdica e com picos febris. Exames laboratoriais durante a internação sugeriram o diagnóstico de LES. Após suspensão do metotrexate, evoluiu com melhora do quadro hematológico e iniciado tratamento com terapia tripla para ICFER. Novo ecocardiograma evidenciou piora do derrame pericárdico, o qual necessitou de drenagem. Após realizar corticoterapia com prednisona 1mg/kg/d, evoluiu com melhora da função cardíaca. Realizada ressonância magnética cardíaca (RMC) que não evidenciou realce tardio miocárdico. A paciente recebeu alta hospitalar após estabilização hemodinâmica e melhora dos sintomas com tratamento proposto e está em seguimento com a Cardiologia e Reumatologia. Discussão: Em estudos post-mortem a partir da década de 50 demonstraram que cerca de 57% dos pacientes com LES haviam alterações subclínicas do miocárdio. Estudos a partir de 2010 mostram que a prevalência de ML está próxima de 9%. Essa, manifesta-se por diversos sintomas, como dispneia, febre, dor precordial e palpitações. As alterações laboratoriais geralmente são inespecíficas. O padrão ouro para o diagnóstico dessa enfermidade é através da biópsia endomiocárdica, porém, pouco usado na prática clínica, visto que há baixa sensibilidade e um elevado risco de complicações. Portanto, o diagnóstico é feito através da história clínica, marcadores biológicos e por um exame de imagem, classicamente o ecocardiograma. Estudos recentes demonstram ligeiras vantagens da RMC. Conclusão: somado as dados da história clínica, exames laboratoriaise imagem e revisões da literatura, aventamos a miocardite lúpica como a principal hipótese diagnóstica.

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