PERIMETRIA DA CINTURA E DO ABDÔMEN: DETERMINAÇÃO DO PONTO DE CORTE ÓTIMO PARA A ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO CARDIOMETABÓLICO.
Tiago de Oliveira Chaves, Clóvis de Albuquerque Maurício, Michel Silva Reis.
Introdução: Um dos critérios para determinação da síndrome metabólica (SM) é a circunferência da cintura (CC) e esta medida vem sendo aplicada de forma equivocada, em função de algumas diretrizes brasileiras estarem adotando como critério a circunferência do abdômen (CAB). Desta forma, o processo de mensuração impreciso, a avaliação poderia refletir em problemas no momento da estratificação do risco. Diante disso, parece racional confrontar essas medidas com o intuito de checar se essas duas variáveis poderiam ser aplicadas com a mesma finalidade. Objetivo: Comparar os processos de mensuração da CC e da CAB em homens e mulheres. Métodos: Foram selecionados uma amostra composta por 80 homens e 77 mulheres com idade entre 18 e 55 anos. Os critérios de inclusão foram: i) indivíduos que não tivessem passado por alguma intervenção cirúrgica que inviabilizasse o processo de mensuração antropométrica, ii) indivíduos que não estivessem fazendo uso de tratamento farmacológico permanente e iii) indivíduos que apresentassem padrão eutrófico para classificação do índice de massa corporal (IMC). Ao passo que, os critérios de exclusão adotados foram os seguintes: i) indivíduos que apresentassem IMC ≥ a 30 kg/m2 e ii) indivíduos que não se disponibilizaram participar da pesquisa por algum motivo particular. A medida de CC foi realizada no ponto médio entre a última costela e a borda da crista ilíaca e de CAB em cima da cicatriz umbilical, em ambos os sexos. Os dados foram submetidos ao teste de Kolmogorov-Smirnov test e Levene test. Foi aplicado também o t-student test não-pareado e o nível de significância adotado foi de p<0,05 e as análises foram realizadas com o software SigmaPlot for Windows versão 11.0. Resultados: Quando comparadas as médias entre as duas variáveis antropométricas CC e CAB em ambos os sexos, fica evidente a diferença significativa entre os distintos pontos anatômicos nas mulheres (p<0,001) e os valores absolutos encontrados entre as duas variáveis foram de (80,5±9,4 – 73,9±8,6 cm). Além disso, 46,8% da amostra feminina estava enquadrada de forma equivocada na classificação do risco cardiometabólico, segundo as referências internacionais. Conclusão: O presente estudo possibilitou observar que nas mulheres as medidas antropométricas de CC e CAB possuem diferença não apenas no ponto anatômico, mas também em sua perimetria.
