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IAM tromboembólico em paciente com cardiopatia valvar reumática

Amstalden, Natalia, Amaro, Guilherme, Magalhães, Iuri, Biscaia, Gabriela, Haussaer, Henrique, Hatanaka, Denis, Bertolin, Adriadne, Nicolau, José Carlos
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: O infarto do miocárdio é mais comumente relacionado a eventos ateroscleróticos. Entretanto, em países como o Brasil no qual a cardiopatia reumática ainda possui prevalência importante, outras etiologias não ateroscleróticas devem ser consideradas. Relato de caso:  paciente do sexo feminino, 67 anos, com histórico de febre reumatica há 30 anos sem acometimento cardíaco conhecido. Procura pronto socorro devido a dor torácica típica. Na admissão em PS externo apresentava eletrocardiograma (ECG) com supra ST em parede anterior sendo submetida a trombólise química com tenecteplase (TNK), sem critérios de reperfusão, sendo encaminhada para serviço quaternário para estratificação. Admitida em PS cardiológico sem dor, com ECG com supra ST e área inativa anterior, estável hemodinamicamente.  Realizado cateterismo cardíaco e identificado lesão sugestiva de trombo em terço medio-distal da artéria descendente anterior (DA) 100%, com reenchimento distal, sem lesões sugestivas de aterosclerose significativa, não passiva de angioplastia primária. Realizado ecocardiograma com FE 35%, acinesia anterior medio-distal, além de estenose mitral (EMi) moderada compatível com comprometimento reumático. Durante internação apresentou episódio de fibrilação atrial (FA), questionada sobre eventos prévios, paciente referia apresentar episódios esporádicos de palpitações, porém sem diagnóstico de nenhuma arritmia. Realizado ressonância magnética cardíaca, confirmando EMi moderada reumática além de presença de realce tardio transmural em segmento apicais do septo anterior compatível com infarto miocárdico e ausência de viabilidade, com imagem compatível com área de obstrução microvascular. Encaminhada para angiotomografia de coronárias para investigação de doença aterosclerótica, que evidenciou escore de cálcio zero e ausência de redução luminal significativa, colaborando com a hipótese diagnóstica de infarto agudo do miocárdio secundário a embolia devido a FA. Após tal exame suspenso clopidogrel e iniciado anticoagulação com varfarina.
Paciente recebe alta hospitalar com o diagnostico de infarto agudo do miocárdio secundário a evento tromboembólico compatível com a cardiopatia de base – FA valvar por estenose mitral reumática.

Discussão: Ilustramos o caso de um IAM tromboembólico no qual o tratamento primordial faz-se com anticoagulação oral e não com a dupla anti-agregação plaquetária como intuitivamente trata-se a maior parte dos infartos na população idosa. Conclusão: A causa embólica para o IAM é rara e deve ser sempre lembrada em casos com coronárias normais.

 

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