Introdução: O desempenho no exercício físico, em intensidades mais altas, por vezes é limitado pelo aumento do trabalho da musculatura ventilatória. Dessa forma, há evidencias que os efeitos do treinamento muscular inspiratório (TMI) podem atenuar essa limitação. No entanto, a literatura carece de estudos que mostrem os mecanismos fisiológicos envolvidos quando se é proposto o exercício muscular inspiratório (EMI) e/ou TMI concomitante ao exercício aeróbio (EA) no cicloergômetro. Objetivo: Avaliar o efeito agudo do EMI concomitante ao EA sobre o desempenho de homens jovens saudáveis durante protocolo de potência constante em cicloergômetro. Material e métodos: Inicialmente dez (10) voluntários jovens saudáveis do sexo masculino foram submetidos ao teste de exercício cardiopulmonar incremental para estratificação de carga e capacidade funcional. No segundo encontro foi realizada a avaliação da força muscular inspiratória através de um resistor inspiratório dinâmico de carga linear eletrônico. No terceiro e quarto encontros foram realizados os testes de carga constante – referente a 95% do limiar anaeróbio ventilatório do teste incremental - até exaustão (Tlim) para verificar o desempenho e as respostas cardiorrespiratórias dos indivíduos durante EMI concomitante ao EA no cicloergômetro. A carga ajustada no resistor inspiratório foi de 30% do S-Index na condição de intervenção e de 10% na condição Sham, sendo os voluntários e pesquisadores cegos quanto à carga. Antes do Tlim as cargas foram aleatorizadas e foi obedecido um intervalo de 48h entre os encontros. Resultados: Em relação ao tempo de exaustão, houve diferença significativa (p=0,03) entre os protocolos. Na variabilidade da frequência cardíaca (VFC), não houve diferença significativa entre os protocolos, porém, houve diferença entre as condições repouso, pico de exercício e recuperação em todos os índices da VFC, em ambos os protocolos. Já nos dados de cinética da frequência cardíaca - FC (cinética on e off) não houve diferença significativa entre os protocolos. Por fim, com exceção da pressão arterial diastólica (PAD), a pressão arterial sistólica, frequência respiratória e a percepção subjetiva de dispneia e do esforço dos membros inferiores mostraram diferenças significativas entre o pico do exercício e as condições de repouso e recuperação. O mesmo não foi observado nas comparações entre os protocolos. Conclusão: O efeito agudo concomitante do EMI e EA reduziu a tolerância ao exercício dos voluntários submetidos a protocolo de potência constante em cicloergômetro.