Introdução: A identificação de marcadores prognósticos em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) no Brasil ainda é pouco descrita. No entanto, pode ser determinante na perspectiva de diagnóstico e tratamento. O uso ecocardiograma pode ser fundamental no momento da admissão e terapia de destino. Métodos: Estudo retrospectivo, multicêntrico e observacional com o objetivo de avaliar a relação entre achados ecocardiográficos com mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca e baixo débito cardíaco. Foram incluídos 909 pacientes e avaliados pelo ecocardiograma transtorácico: diâmetro do átrio esquerdo, diâmetro diastólico final de ventrículo esquerdo (VE), diâmetro sistólico final de VE, fração de ejeção do VE, diâmetro diastólico de ventrículo direito (VD) e pressão sistólica de artéria pulmonar.. Análise estatística: A avaliação dos achados de acordo com a ocorrência ou não de morte intrahospitalar foi realizada através de teste-T (significativo p < 0,05). A análise complementar dos fatores foi feita por curva ROC como discriminador de probabilidade de morte. Resultados: A mediana de idade foi de 64,15 anos com 60% de pessoas do sexo masculino. Cerca de 33% dos pacientes morreram durante a internação. A fração de ejeção média foi de 29,5%. Foram encontradas diferenças entre os pacientes que morreram ou não somente no diâmetro diastólico do VD (43,2 +11,8 mm vs. 37,7 + 7,5 mm, p = 0,023). A área sob a curva ROC entre os VD e mortalidade foi de 0,620 (0,511 - 0,728). O melhor ponto de corte para discriminar o risco de morte foi 41,5 mm (sensibilidade de 51,1% e especificidade de 73%). Conclusão:Diâmetro diastólico de VD foi o único marcador ecocardiográfico que mostrou correlação na avaliação de mortalidade na população brasileira com IC descompensada e baixo débito cardíaco.
