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Dessecção Espontânea de Artéria Coronária Recorrente por Displasia Fibromuscular: Angioplastia x Tratamento Expectante

Sousa LLCM, Felipe Galego, Fernando Reis Menezes, Guilherme Dagostin de Carvalho, Fernando Reis Menezes
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A dissecção espontânea da artéria coronária (DEAC) é uma causa rara de síndrome coronariana aguda (SCA), com maior incidência em mulheres jovens sem fatores de risco para doença aterosclerótica. A displasia fibromuscular (DF) possui estreita associação com DEAC. O diagnóstico pelo cateterismo cardíaco (CATE) pode não ser claro, sendo a ultrassonografia intravascular coronária (UIV) e principalmente a tomografia de coerência óptica os métodos padrão ouro. O tratamento costuma ser conservador e a revascularização é reservada aos pacientes de alto risco: dor torácica refratária, choque cardiogênico, lesões proximais e infartos extensos. Relato de Caso: Mulher, 35 anos, hipertensa com clipagem de aneurisma cerebral e SCA sem supradesnível de ST prévios. Internada por angina. Eletrocardiograma (ECG): Ritmo sinusal, bloqueio de ramo direito onda T invertida em DII, DIII e Avf. Troponina positiva. Ecocardiograma: fração de ejeção de 55% hipocinesia septal e inferior. Hemodinâmica estável, sem congestão. Mantida com nitroglicerina (NG). Evolui com piora da dor e inversão de onda T de V3-V6. CATE: artéria descendente anterior (DA) 70% distal, marginal esquerda2 (MgE2) 80% médio e artéria DP 70% óstio. Todas as lesões eram sugestivas de disseção espontânea de coronária tipo 2, mas devido aos fatores de alto risco presentes, foi optado por angioplastia (ACT) da MgE2. Introduzido beta bloqueador. Em 24 horas, recorre precordialgia, mas melhora com NG. ECG com pseudo normalização de onda T em parede anterior. Novo CATE: lesão de 60% DA 1/3 médio. Etiologia duvidosa entre dissecção tipo 3 e rotura de placa.  O estudo com UIV corroborou o diagnóstico de DEAC. Na ausência de critérios de alto risco foi optado por tratamento clínico. A angiotomografia das coronárias (Angio TC) evidenciou escore de cálcio 0,7 e lesão moderada em DA média. Angiotomografia de aorta revelou irregularidades médio/distal da artéria esplênica e ramos da mesentérica superior, sendo altamente sugestivo de DF. Após a alta, manteve-se assintomática com betabloqueador otimizado, aas e clopidogrel. Realizará angio TC de controle em 6 meses. Discussão: O tratamento tende a ser conservador, pois há cicatrização espontânea em 95% dos casos após 6 meses. A ACT pode aumentar a dissecção e a revascularização cirúrgica ou percutânea deve ser individualizada de acordo com a gravidade. A DF sempre deve ser investigada. Conclusão: O presente relato demonstra um caso de DEAC associada à DF com lesões de etiologia duvidosa ao CATE, mas confirmada pelo UIV.  Foi realizado ACT da primeira dissecção por alto risco, mas com tratamento conservador da segunda lesão e evolução clínica favorável.

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