Introdução: O caso apresentado ilustra a evolução clínica favorável dez anos após angioplastia de lesão de TCE utilizando stents farmacológicos de primeira geração. Caso Clínico: feminina, 80 anos, HAS, DPOC, FA, admitida no PS cardiológico com quadro de SCA sem supra de ST em 2008. Encaminhada para a realização de cineangiocoronariografia e evidenciado lesão de 60% em terço distal do TCE,lesões de 80% em óstio e 80% no terço médio da artéria descendente anterior (ADA), lesão de 60% em óstio de artéria circunflexa (ACX) e artéria coronária direita (ACD) sem lesões. Discutido caso em com as equipes clínica e cirúrgica e devido ao alto risco cirúrgico foi optado pelo tratamento percutâneo. Realizado tratamento da bifurcação distal de TCE envolvendo ADA e ACX com implante de dois Stents – técnica “mini crush” com implane de stents farmacológico Taxus 3,5x8mm no óstio da ACX e Taxus 4.0x28mm do TCE para ADA . As injeções de controle demonstram o bom resultado angiográfico da angioplastia. O ecocardiograma (Eco) apresentava prolapso mitral com refluxo moderado e função ventricular preservada. Permaneceu assintomática no seguimento clínico após a alta hospitalar. Follow-up: Em 2018, dez anos após a angioplastia de TCE a paciente evoluiu com piora progressivamente de classe funcional (IIàIV) associado à congestão pulmonar e dor torácica, sendo novamente admitida no pronto socorro cardiológico. O eletrocardiograma apresentava FA + BRE. CATE evidenciou ACD com lesão de 50% em terço médio e presença de stents pérvios em TCE, DA e CX. Ao ecocardiograma apresentou valva mitral espessada com calcificação do anel e prolapso do folheto posterior associado a refluxo importante e FE 61%. O caso foi discutido em heart team e como há 10 anos, optou-se por indicar o reparo valvar mitral percutâneo. Realizado implante de um Mitraclip® com sucesso ecocardiográfico. Paciente teve alta hospitalar 5 dias após o procedimento. sem novas internações cardiovasculares. Discussão: Chamamos atenção para a evolução clínica favorável de paciente submetida ao tratamento percutâneo do TCE em uma época que esse tipo de tratamento ainda estava em processo de consolidação, assim como a boa evolução clínica após o tratamento percutâneo da valvopatia mitral com dispositivo MitraClip®, modalidade terapêutica ainda com experiência limitada no país.
