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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Capacidade funcional em pacientes com doença de Chagas nas diferentes formas clínicas da doença

COSTA, F. S. M., FIGUEIREDO, P. H. S., LIMA, V. P. , COSTA, H. S. , ROCHA, M. O. C.
Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horionte - MG - Brasil

Introdução: A doença de Chagas, em sua fase crônica, pode apresentar-se, principalmente, sob a forma indeterminada (FI), com cardiopatia chagásica e função sistólica preservada ou com cardiopata chagásica e disfunção ventricular. A redução da capacidade funcional (CF) é um achado comum em pacientes chagásicos. Entretanto, a forma clínica em que o comprometimento funcional ocorre não está bem esclarecido. Objetivo: Verificar a CF e parâmetros clínicos e ecocardiográficos de pacientes com doença de Chagas, em diferentes formas clínicas da doença, e compará-la com a de saudáveis. Métodos: Duzentos e dezessete indivíduos foram selecionados, sendo 38 saudáveis e 179 com doença de Chagas. No grupo chagásico, 75 (42%) estavam na FI, 45 (25%) com cardiopatia chagásica e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) preservada e 59 (33%) com disfunção sistólica. Disfunção sistólica foi definida como FEVE menor ou igual a 50%. Todos os sujeitos foram submetidos ao exame clínico, ecocardiograma e teste ergométrico. As diferenças clínicas, ecocardiográficas e funcionais foram verificadas pelo teste T para amostras independentes ou Mann Whitney. Resultados: Pacientes na FI da doença de Chagas (44±9 anos) apresentaram semelhança clínica, funcional e ecocardiográfica em relação aos saudáveis (44±9 anos), com exceção de menor pressão arterial sistólica (p=0,034). Entretanto, pacientes na FI apresentaram maior pressão arterial sistólica e diastólica (p<0,001) para ambos, maior pico do consumo de oxigênio (VO2pico) (p<0,001) e maior FEVE (p=0,009) em relação aos pacientes com cardiopatia chagásica e FEVE preservada (45±8 anos). Quando comparados aos pacientes com disfunção sistólica, os pacientes na FI apresentaram menor idade (p<0,001), maior pressão arterial sistólica e diastólica (p<0,001 para ambos), maior frequência cardíaca (p=0,001), maior VO2pico (p<0,001), maior FEVE (p<0,001) e menor diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (VEd) (p<0,001). Na comparação entre os pacientes com cardiopatia chagásica, aqueles com disfunção sistólica apresentaram menor FEVE (p<0,001), maior VEd (p<0,001) e menor VO2pico em relação aos com FEVE preservada. Conclusão: Pacientes na FI da doença de Chagas possuem características funcionais semelhantes aos saudáveis. Pacientes com cardiopatia chagásica, mesmo com FEVE dentro dos valores de normalidade, apresentaram menor CF e, dessa forma, o comprometimento funcional parece preceder as alterações ecocardiográficas do ventrículo esquerdo.

 

Palavras-chave: doença de Chagas; cardiomiopatia dilatada chagásica; capacidade funcional.

 

 

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