Introdução: Os transtornos elétricos do coração são responsáveis por deflagrar contrações cardíacas irregulares e gerar arritmias. Pode haver a geração ou a condução do estimulo, sendo de origem congênita estrutural ou funcional, como os distúrbios eletrolíticos1. O diagnóstico é feito através do traçado eletrocardiográfico por meio de exames como eletrocardiograma, Holter, monitor de eventos, entre outros2. O objetivo do presente estudo foi analisar o atual panorama de transtornos de condução e arritmias cardíacas nas regiões brasileiras durante 10 anos. Métodos: Realizou-se uma revisão da literatura e uma coleta observacional, descritiva e transversal dos dados de transtornos de condução e arritmias cardíacas, disponíveis no DATASUS – Sistema de Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS) por um período de dez anos – janeiro de 2008 a dezembro de 2018. Resultados: No período analisado observou-se 635.054 internações por transtornos de condução e arritmias cardíacas em território nacional, onde 325.100 casos acometeram o sexo masculino e 309.954 o feminino, sendo 2018 o ano com o maior número de hospitalizações, contando com 64.759 e 2008 o de menor, com 47.024. O número total de internações representou um valor gasto de 2.544.755.351,48 em que o ano de 2018 foi responsável pelo maior gasto, 279.893.746,27 e o de 2008 o de menor gasto, 153.107.971,64. Analisando os casos por faixa etária, houve a prevalência entre 70 a 79 anos (156.372) e o menor número de casos entre 5 a 9 anos (2.377. Do caráter dos atendimentos, 122.064 foram realizados em caráter eletivo, 512.948 em de urgência e 42 por outras causas. A região brasileira com maior número de internações foi a Sudeste com 323.057, seguida pela Sul com 142.532, Nordeste com 87.852, Centro-Oeste com 62.223 e por último a Norte com 19.390. A taxa de mortalidade total foi de 8,69 e a região com maior número foi a Sudeste (9,58 e 30.953 óbitos), seguida da Norte (8,27 e 1.604 óbitos), Centro-Oeste (8,17 e 5.083 óbitos), Nordeste (8,04 e 7.060 óbitos) e por fim Sul (7,37 e 10.503 óbitos), somando 55.203 óbitos a nível nacional. Conclusão: O estudo evidenciou um alto número de procedimentos de urgência, mais prevalente em idosos. A região norte apesar de possuir o menor número de internações, é a segunda com maior número de óbitos, apresentando portanto uma taxa de mortalidade inferior somente a região Sudeste, detentora de aproximadamente metade das internações totais do período.