Introdução: O estudante de medicina é treinado para como agir em situações que possam culminar em risco de vida. Uma emergência que pode vir a ser enfrentada por eles é a parada cardiorrespiratória (PCR), sendo necessária a realização da ressuscitação cardiopulmonar (RCP). A PCR é um problema de saúde pública e estima-se que há aumento de mortalidade decorrente da demora do início da realização da RCP. O objetivo do presente estudo foi identificar a preparação do aluno de medicina para o atendimento de vítimas de PCRe o manejo da RCP. Métodos: Realizou-se uma coleta quantitativa e transversal dos dados obtidos através de um questionário anônimo, distribuído após a aprovação do CEP, nº de parecer 2.971.794, contendo perguntas relacionadas ao reconhecimento de uma PCR e os procedimentos da manobra de RCP, respondidos por 285 estudantes de Medicina nos anos de 2018 e 2019. Resultados: De um total de 285 alunos, 140 (49,1%) se consideram aptos e 130 (45,61%) não se consideram aptos a a realizar a manobra de RCP, 15 (5,26%) não informaram. Sobre a identificação da PCR, 226 (79,3%) consideram-se capazes, 41 (14,39%) relatam não ser e 18 (6,32%) não responderam. Relacionado ao procedimento de RCP, 158 (55,4%) souberam informar corretamente que há diferença no procedimento quando realizado em gestantes, 31 (10,9%) negaram haver diferenças, 78 (27,4%) não souberam responder e 18 (6,3%) não informaram. Na de profundidade das compressões em crianças, apenas 30 (10,5%) responderam corretamente, com 34% de abstenção de resposta. No que tange os conhecimentos eletrofisiológicos da PCR, 169 (59,3%) desconhecem a diferença de ritmos chocáveis e não chocáveis 111, (38,95%) afirmaram conhecer, 5 (1,75%) não informaram. Na agilidade no a vítima em PCR, 26% responderam corretamente para o tempo em que a parada pode ser considerada irreversível, 46,3% estimaram um tempo acima do limite, 27,3% não informaram ou não souberam responder. Conclusões: Observa-se que cerca de metade dos estudantes não se consideram aptos a realizar uma manobra de RCP, confrontando com aproximadamente 80% que se consideram capazes de identificar uma PCR, mostrando a prevalência do conhecimento teórico fisiopatológico em detrimento do prático, evidenciando a necessidade de implantação de treinamentos em modelo “hands on”. No que tange aos conhecimentos teóricos de RCP, é preciso que haja maior foco em disseminar os procedimentos que constam nas diretrizes, para aliar a prática e a teoria na redução de sequelas e óbitos pós PCR.