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Uso do Escore FINDRISC como Preditor de Diabetes Mellitus do Tipo 2 e Inflamação de Baixo Grau

Antonio Eduardo Pesaro, Márcio S. Bittencourt, Marcelo Franken, Jose A. M. Carvalho, Daniel G. Bernardes da Silva, Raul D. Santos
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - - SP - BRASIL

Introdução: O Finnish Diabetes Risk Score (FINDRISC) (FR) foi desenvolvido na Europa para predição de diabetes mellitus tipo 2 (DMT2) sem testes laboratoriais, e já foi associado a maior risco cardiovascular. Nesse estudo, testamos a capacidade do FR de predizer DMT2 e também a elevação da proteína C reativa (PCR), um biomarcador de risco cardiovascular. 

Métodos: Incluímos 41.880 indivíduos (42 ± 10 anos; 31% mulheres) em prevenção primária de 2008 e 2016. Testamos a associação transversal e longitudinal (n=10.559 indivíduos, seguimento de 5 ± 3 anos) entre FR e DMT2 ou níveis de PCR ³ 2,0 mg/L, em modelos multivariados (ajustados para sexo, hipolipemiantes, consumo de álcool, tabagismo, glicemia, perfil lipídico e creatinina), e criamos curvas ROC para testar o valor discriminativo do FR para esses desfechos. 

Resultados: Na análise transversal, 1.146 (2,7%) indivíduos apresentaram DMT2. Em um subgrupo de 26.667 indivíduos nos quais a PCR foi mensurada, 9.229 (34,6%) apresentaram PCR ³ 2,0 mg/L. Durante o seguimento, houve 364 casos (3,5%) de diabetes incidental, e no subgrupo no qual a PCR foi seriada (n = 2.816 indivíduos), houve 520 indivíduos (18,5%) com PCR ³ 2,0 mg/L. O FR foi associado de forma independente ao DMT2 e PCR ³ 2,0 mg/L na análise transversal (respectivamente, OR de 1,17, IC95% 1,15-1,18, P <0,001; e OR de 1,10, IC95% 1,09- 1,11, P <0,001; por unidade de FR), e também nas análises longitudinais (respectivamente para DMT2 e PCR elevado, OR de 1,17, IC95% 1,14-1,20, P <0,001; e OR de 1,04, IC95% 1,02-1,07, P <0,001; por unidade de FR). Em comparação com indivíduos com FR baixos, aqueles com valores moderados, altos e muito altos apresentaram aumentos significativos e proporcionais de 2 a 10 vezes na chance de DMT2 atual (P<0.001) e de 2 a 4 vezes na chance de PCR elevada (P<0.001). Durante o seguimento, esses aumentos foram de 2 a 8 vezes na chance de DMT2 incidental (P<0,001) e 1,3 a 2 vezes na chance de PCR elevada (P<0,005). A AUC para a associação transversal do FR com DMT2 e PCR ³ 2,0 mg/L foi de 0,82 (IC95% 0,80-0,83) e 0,63 (IC95% 0,63-0,64) respectivamente, e na análise longitudinal foi de 0,79 (IC95% 0,77-0,82) e 0,54 (IC95% 0,52-0,58), respectivamente. 

Conclusão: O FR foi associado a presença e incidência de DMT2 e inflamação de baixo grau, mas foi um bom marcador e preditor apenas de DMT2. Portanto, esse escore de baixo custo pode ser útil para rastreamento e predição do DM. Além disso, a inflamação sérica elevada em pacientes com maior FR, pode ajudar a explicar o maior risco cardiovascular desse subgrupo de pacientes.

 

 

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