Introdução: O treinamento físico aumenta os níveis de colesterol ligado à lipoproteína de alta densidade (HDL-C). No entanto, os níveis de HDL-C refletem parcialmente as funções protetoras do HDL, como esterificação e o transporte reverso do colesterol, os quais estão reduzidos em pacientes com doença arterial coronária. O objetivo deste estudo foi avaliar se o treinamento físico (TF) melhora a transferência de colesterol para o HDL em pacientes pós-infarto agudo do miocárdio (IAM). Métodos: Sessenta e dois pacientes 30±5 dias após IAM (59,2±9,9 anos; 74,2% homens) foram randomizados para TF supervisionado ou para um grupo controle que recebeu informações sobre estilo de vida saudável, mas não foi treinado. Todos os pacientes estavam em uso de estatina de alta intensidade. O HDL-C e a transferência de colesterol livre (CL) e esterificado (CE) para HDL foram determinados no início (visita 1, 30±5 dias pós-IAM) e no final do seguimento (visita 2, 14±2 semanas após visita 1). A transferência de CL e EC para HDL foi medida por um ensaio in vitro usando emulsão lipídica marcada radioativamente como doador de colesterol. Resultados: Não houve diferenças significativas nos níveis de HDL-C (p = 0,76) ou transferência de CL (p = 0,48) e CE (p = 0,69) para HDL na visita 1 entre os grupos. As comparações entre as visitas 1 e 2 são mostradas na tabela. Conclusões: Em pacientes pós-IAM, a realização treinamento físico resultou não apenas no aumento do HDL-C, mas também na maior transferência de CL e CE para o HDL, reforçando-se a importância da reabilitação após o IAM.
