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Impacto do período do dia na mortalidade e complicações cardíacas após cirurgias vasculares

Thiago Artioli, Francisco Akira Malta Cardozo, Bruno Caramelli, Daniela Calderaro, Pai Xing Yu, Maria Carmen Escalante Rojas, Ivan Casella, Nelson de Luccia, Danielle Menosi Gualandro
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Pacientes submetidos a cirurgias vasculares arteriais apresentam alto risco de complicações cardíacas e não cardíacas no perioperatório, portanto estratégias protetoras são essenciais neste cenário. Estudos recentes sugerem que o período do dia em que as cirurgias são realizadas pode influenciar na incidência de eventos desfavoráveis, porém ainda não existem evidências em pacientes submetidos a cirurgias vasculares.

Objetivo:O objetivo deste estudo é avaliar se o período do dia pode influenciar nos desfechos cardiovasculares e mortalidade nos pacientes submetidos a cirurgias vasculares arteriais não-cardíacas.

Métodos: Pacientes submetidos a cirurgias vasculares entre 2012 e 2018 foram prospectivamente incluídos na coorte. Os indivíduos foram categorizados em dois grupos: os que realizaram a cirurgia no período da manhã (7h00-12h00) e os que realizaram a cirurgia no período da tarde/noite (12h01-6h59). O desfecho primário foi a incidência de complicações cardíacas maiores (Major Adverse Cardiac Events – MACE: infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca aguda, arritmias e morte cardiovascular) e mortalidade total em 30 dias e 1 ano. O desfecho secundário foi a incidência de lesão miocárdica perioperatória (Perioperative Myocardial Injury – PMI), definida como elevação das concentrações de troponina T ultrassensível (hs-cTnT) 14ng/L.A análise multivariada por regressão proporcional de Cox (Hazard Ratio – HR e Intervalo de Confiança – IC 95%) foi utilizada para ajustar por variáveis de confusão, incluindo cirurgias de emergência e urgência.

Resultados: Dos 1267 pacientes, 1002 (79,1%) foram submetidos a cirurgias vasculares arteriais no período da manhã e 265 (20,9%) no período da tarde/noite. Após correção na análise multivariada, a incidência de MACE em 30 dias foi maior entre os pacientes que foram submetidos a cirurgias no período da tarde/noite (37,4% vs 20,4%; HR 1,43; IC 95% 1,10-1,85; p=0,008) .As taxas de mortalidade também foram mais elevadas no grupo da tarde/noite (21,5% vs 9,9%; HR 1,59; IC 95% 1,10-2,29; p=0,013). Após um ano de seguimento os piores desfechos persistiram em pacientes operados a tarde/noite: maior incidência de MACE (37,7% vs 21,2%; HR 1,37; IC 95% 1,06-1,78; p=0,017) e mortalidade (35,8% vs 17,6%; HR 1,72; IC 95% 1,31-2,27; p<0,001). Não houve diferença significativa na incidência de PMI comparando os grupos (p=0,8).

Conclusões: Neste grupo de pacientes vasculares, ser operado no período da tarde/noite esteve associado de forma independente com aumento de mortalidade e incidência de MACE.

 

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