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Disfunção ventricular aguda após implante de marcapasso definitivo

Marcel de Paula Pereira, Rodrigo Noronha Campos, jairo tavares nunes, fernando Rabioglio Giugni, Gustavo Lamos Checoli, Mariana Pezzute Lopes, Paulo Vinicius Ramos Souza, Patricia Oliveira Guimaraes, Alexandre de Matos Soeiro
HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - - SP - BRASIL, INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A presença de miocardiopatia induzida pelo marcapasso (MP) é uma síndrome clínica de insuficiência cardíaca (IC) após implante do MP definitivo, que ocorre em longo prazo. No entanto, segundo as diretrizes, terapia de ressincronização cardíaca (TRC) deve ser implantada somente em pacientes que se apresentem com fração de ejeção (FE) < 40%. Poucos dados na literatura apontam para a presença de disfunção ventricular aguda secundária ao implante de MP definitivo. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 79 anos, admitida no hospital devido bloqueio atrioventricular total e síncope. Referia antecedente de dislipidemia. Optado inicialmente por implante de MP transvenoso, sendo posteriormente realizado ecocardiograma (ECO) com FE de 59%, sem alterações significativas. Realizado implante de MP definitivo, dupla câmara atrioventricular. No dia seguinte ao procedimento, paciente começou a apresentar dispneia e congestão pulmonar. Novo ECO visualizou FE de 30%, sinais de dissincronia ventricular esquerda importante e cabo do MP em segmento apical do septo interventricular, sem sinais de derrame pericárdico. Tomografia de tórax não visualizou perfuração de cabo-eletrodo e evidenciou intensa congestão pulmonar. Realizado nova avaliação do sistema de MP, com impedâncias atrial e ventricular adequadas, limiares de comando baixo, com sistema em bom funcionamento. Realizado Holter de 24 horas que não evidenciou perda de captura. Foi optado por introdução de terapia para IC e diureticoterapia. Paciente evoluiu com melhora clínica, sendo optado por seguimento ambulatorial para definição posterior de possível TRC. Discussão: Miocardiopatia induzida pelo marcapasso édefinida como queda da FE maior ou igual a 10% em pacientes com FE > 50%. Costuma ocorrer em 10-20% dos pacientes nos anos subsequentes ao implante do dispositivo. Coortes restropectivas documentaram essa entidade em seguimento médio de 3-4 anos. Os principais fatores de risco são: sexo masculino, idosos, disfunção ventricular prévia e “pacing” ventricular > 20 - 40%. Nesses pacientes, pode-se implantar TRC como tratamento. Porém, a ocorrência imediatamente após o implante (no primeiro dia pós-operatório) do dispositivo torna esse caso único. Além disso, paciente apresentava poucos fatores de risco para o desenvolvimento. Conclusão: Este relato de caso mostra a presença de miocardiopatia induzida pelo MP em cenário agudo. Apesar dos pacientes apresentarem esta síndrome meses a anos depois, há poucos dados em literatura de surgimento no cenário agudo. 

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