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Manuseio clínico da doença arterial coronária crônica: registro de pacientes de um centro terciário

Eduardo M. Moreira, Cibele L. Garzillo, Luiz de M. Montenegro, Cindy L. Tabuse, Pedro H. M. Cellia, Mylena C. Kormann-Moreira, Eduardo G. Lima, Whady Hueb, Carlos V. Serrano Jr.
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução:A doença arterial coronária (DAC) crônica, uma das principais causas de óbito no Brasil, é extremamente profusana prática clínica e os cardiologistas necessitam manusear corretamente essa doença. Dados quanto a características clínicas e demográficas de brasileiros com DAC são limitados. A adequação do tratamento ofertado, de acordo com as diretrizes, também é desconhecida. Tais dados são de grande importância epidemiológica.

Métodos: 628 pacientes com DAC crônica em um centro terciário foram incluídos em um registro e seguidos por ao menos um ano. Avaliamos a prescrição de medicamentos, controle clínico-laboratorial, e a ocorrência do desfecho composto por infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular encefálico, nova revascularização e óbito.

Resultados: Dos pacientes incluídos, a idade média foi de 66 (±9,7) anos, 33,3% eram mulheres e 55,7% tinham IAM prévio. Com relação às comorbidades, 57,3% tinham diabetes melito, 49,8% tinham hipertensão arterial e 34,6% tinham doença renal crônica (depuração de creatinina < 60 ml/min). A anatomia coronária era conhecida em 244 pacientes; destes, 36,7% eram multiarteriais e 14,0% tinham lesão significativa em tronco de coronária esquerda. Fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) < 40% era prevalente em 15,1%. Estatina foi prescrita em 96,2%, porém somente 31,3% apresentava LDL-colesterol < 70 mg/dL na reavaliação de um ano. Terapia antitrombótica foi prescrita em 95,4% dos pacientes, sendo que 69,6% usavam somente um antiagregante, 22,6% usavam dupla terapia antiagregante, e 3,2% usavam algum anticoagulante (com ou sem antiagregantes). A pressão arterial (PA) estava abaixo de 140/90 mmHg em 76,4% dos pacientes no seguimento. O controle adequado desses três fatores (LDL-colesterol, PA e uso de antitrombóticos) foi observado em 24,2% dos pacientes no momento da inclusão no registro e reduziu para 18% durante o seguimento (p < 0,001). Por outro lado, o percentual de pacientes sem angina aumentou de 63,3% para 78,1% (p < 0,001). A incidência de óbito, IAM, acidente vascular encefálico ou necessidade de revascularização em um ano foi de 3,6%, sendo a FEVE < 40% o principal fator prognóstico identificado em análises multivariadas (HR 2,9, IC95% 1,2 - 6,5).

Conclusão: O perfil de pacientes com DAC crônica em um centro terciário é de alta prevalência de comorbidades e pouco êxito em atingir as metas terapêuticas. Paradoxalmente, encontramos baixa incidência de eventos cardiovasculares, sendo o principal fator prognóstico é a presença de disfunção ventricular esquerda.

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