Introdução:
As alterações da função endotelial estão bem estabelecidas em diabéticos, entretanto, questiona-se a presença de intolerância à glicose pode se correlacionar com marcadores precoces de disfunção endotelial avaliada pela análise da rigidez arterial e medida da espessura médio-intimal carotídea. O objetivo desse estudo foi avaliar se há sinais de rigidez arterial em pacientes com intolerância à glicose e se a piora da glicemia é considerada preditor independente de disfunção endotelial.
Métodos:
Foi realizado estudo clínico transversal em 40 pacientes, sendo divididos, de acordo com os critérios da American Diabetes Association (ADA) em grupo intolerância à glicose (n=21; IG) e controles saudáveis (n=19; GC). Foram submetidos à avaliação clínica, medidas antropométricas, ultrassonografia de carótidas, avaliação do grau de sedentarismo pelo score de IPAQ e análise da rigidez arterial avaliada pela velocidade da onda de pulso carótida-femoral. A comparação entre os grupos foi feita por teste de Qui-Quadrado para variáveis categóricas e teste T ou Man-Whitney para variáveis contínuas.Foi realizada análise de regressão múltipla para identificar fatores preditores de rigidez arterial.
Resultados:
Os grupos foram homogêneos em relação às variáveis basais e clínicas. Foi observado que o grupo IG apresentou maior prevalência de dislipidemia (p=0,003), obesidade (p=0,040) e sedentarismo (p=0,017), maior velocidade de onda de pulso (p=0,02) (gráfico 1) e aumento da espessura médio-intima carotídea (p=0,04). A idade e piora do controle glicêmico foram considerados preditores independentes da rigidez arterial.
Conclusão:
Indivíduos com intolerância à glicose apresentam marcadores iniciais de disfunção endotelial avaliada pela maior velocidade de onda de pulso e espessura médio-intimal carotídea. A piora do controle glicêmico foi fator independente para rigidez arterial nesses pacientes.
Gráfico 1
Apoio PIBIC (128194/2019-7) e FAPESP(2019/08945-0)