Introdução: A doença cardiovascular aterosclerótica (DCV) é a principal causa de morte no mundo e atinge ambos os sexos. O número de eventos por causa cardiovascular é maior em idosos, sendo necessário maior engajamento em programas de prevenção para fatores de risco modificáveis, tais como cessação do tabagismo e o aumento do nível de atividade física. Indivíduos fisicamente ativos apresentam menor risco para o desenvolvimento da DCV devido ao efeito da atividade física no aumento do HDL-C e no controle do Não HDL-C, LDL-C, IMC e circunferência abdominal. Adicionalmente, esses efeitos se estendem as apolipoproteínas (apos) A-I e B, principais proteínas da HDL e da LDL, respectivamente. Além do colesterol, está bem estabelecida a associação positiva entre valores de triglicerídeos (TG) séricos e incidência de DCV. A atividade física promove a diminuição dos níveis de TG e aumento do HDL-C, mostrando dose-resposta. No entanto, não existem evidências se o efeito permanece nas mesmas proporções em diferentes faixas etárias. Objetivo: Comparar o perfil lipídico e as apos de jovens e idosos fisicamente ativos pareados pelo sexo e IMC. Métodos: Foram selecionados 19 jovens (20–35 anos) e 19 idosos (≥ 60 anos) pareados pelo IMC, sexo e nível de atividade física (ao menos 150 minutos de atividade física na última semana) conforme o IPAQ versão curta (International Physical Activity Questionnaire). O Colesterol total, HDL-C e TG foram dosados em soro pelo método colorimétrico enzimático. As apo A-I e apo B também foram dosadas em soro pelo método de imunonefelometria. A LDL-C e o Não-HDL-C foram calculados. Os critério de exclusão foram: tabagismo, uso de medicações hipolipemiantes e hipoglicemiantes. Além disso, também foram excluídos aqueles que mencionaram ser vegetarianos ou veganos e aqueles que reportaram ser “Muito Ativos” pela classificação do IPAQ. Resultado: Os jovens (10 homens e 9 mulheres, 28±4 anos, IMC 23,6±3,9 kg/m²) e os idosos (10 mulheres e 9 homens, 68±6 anos, IMC 24,9±2,9 kg/m²) não diferiram no que tange a circunferência do quadril, Colesterol total, HDL-C e apo A-I. No entanto, os valores da circunferência abdominal (p=0,0128), relação cintura-quadril (p=0,0001), LDL-C (p=0,0367), não-HDL-C (p=0,0187), TG (p=0,0396) e apo B (p=0,0203) foram maiores nos idosos. Conclusão: Idosos que mantêm IMC normal e atividade física regular tem os níveis de TG, LDL-C, não-HDL-C e apo B estão elevados, conferindo maior risco cardiovascular. No entanto, o Colesterol total, HDL-C e a apo A-I mantiveram-se iguais aos dos jovens.