Introdução: Assim como as demais doenças crônicas, a obesidade, exige do paciente mudanças no estilo de vida para evitar sua progressão. A não adesão às recomendações mostra-se um problema para todos os profissionais de saúde, uma vez que para se obter sucesso no tratamento é importante que o paciente seja aderente às orientações. Considerando a escassez de estudos que avaliem a adesão aos tratamentos de obesidade, o presente trabalho buscou auxiliar no entendimento dessa temática. O objetivo foi avaliar a adesão dos pacientes com obesidade ao tratamento nutricional proposto em um ambulatório de nutrição especializado em cardiologia. Métodos: A amostra foi composta por 101 indivíduos, homens e mulheres, adultos e idosos de 25-84 anos, atendidos em ao menos quatro consultas na especialidade de obesidade e síndrome metabólica do ambulatório de nutrição. A adesão ao tratamento foi mensurada através de instrumento elaborado pela equipe do ambulatório de nutrição, contendo metas globais organizadas em: peso, circunferência abdominal (CA), atividade física, dieta, açúcar, sódio, gorduras saturadas/trans, fibras e proteínas. Análise Estatística: Trata-se de um estudo descritivo, observacional com a utilização de medidas de tendência central (média) e de variabilidade (desvio padrão). Resultados: Considerando a média dos quatro atendimentos, a adesão às metas globais, em ordem decrescente foram: consumo de sódio (75%), gorduras saturadas/trans (65,64%), açúcar (60%), proteína (56%), dieta (49,01%), perda de peso (46,78%), fibras (43,66%), redução de CA (38,61%) e atividade física (22,44%) com menor percentual de adesão. A expectativa é de que a média de adesão total seja de no mínimo 60% para um bom resultado. A adesão total foi calculada somando-se as metas globais e dividindo pelo número de metas. A média de adesão total do primeiro ao quarto atendimento foram: 45,09%, 46,24%, 47,09% e 43,04%, respectivamente. Conclusão: O presente trabalho mostrou um baixo percentual de adesão ao modelo de acompanhamento proposto. As inúmeras variáveis relacionadas à adesão do tratamento demonstram que para a melhoria das medidas antropométricas e diminuição do risco cardiovascular é necessário um grande esforço dos nutricionistas e dos demais profissionais de saúde para a educação nutricional da população, enfatizando a importância do autocuidado e desta forma, reduzindo a progressão e/ou surgimento de doenças crônicas como a obesidade.