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COMPLICAÇÕES DA PLASTIA VALVAR MITRAL POR MITRACLIP: FALÊNCIA DO PROCEDIMENTO POR DESPRENDIMENTO DE UMA DAS EXTREMIDADES DO CLIPE

BESSA, F. B., PALMIERI, D. F., OTTO, M. E. B., MELLO, B. C. R., FILHO, D. C. C. B., NETTO, F. M., LEITE, S. F., LEITE, G. L., MOTTA, P. A. M.
EchoNova - Brasília - DF - Brasil

Introdução: A plastia valvar mitral percutânea pelo MitraClip está bem estabelecida no tratamento da regurgitação mitral (RM) significativa em pacientes com risco cirúrgico elevado. 

Descrição do caso: Mulher de 73 anos, portadora de RM acentuada, CF IV NYHA, realizou implante de MitraClip por insuficiência mitral secundária (miocardiopatia chagásica e tethering do folheto posterior <8mm). O resultado imediato do procedimento foi satisfatório, com redução da RM para moderada por colocação de 1 clipe ligando os escalopes A2 e P2. Paciente evoluiu com melhora clínica após procedimento (CF II NYHA). Após 3 meses, apresentou nova piora funcional (NYHA III) e foi encaminhada para realização de ecocardiograma transesofágico (ETE), que evidenciou: FEVE de 56% (Simpson - superestimada devido RM acentuada) com comprometimento difuso, diâmetro diastólico do VE de 63mm (dilatação acentuada), átrio esquerdo de 53 ml/m². Na valva mitral observou-se clipe conectado à extremidade do folheto posterior, entre os escalopes P2 e P3, e perda da ancoragem do folheto anterior. A análise do Doppler espectral e colorido mostrou RM acentuada, com dois jatos, sendo o maior entre A2 e P2, com vena contracta de 8mm, volume regurgitante de 51ml  e fração regurgitante de 53%. Outros achados foram hipertensão pulmonar e comunicação interatrial devido à punção transeptal para o implante.

Comentários: O MitraClip tem demonstrado bons resultados para redução da RM, alívio dos sintomas e diminuição da taxa de hospitalização. Entretanto, uma das possíveis complicações é a desconexão de uma das extremidades do clipe com recidiva da RM em cerca de 4,8% dos casos, em geral até 30 dias após o procedimento. A presença de folhetos posteriores curtos, janela acústica inadequada para guiar a clipagem e calcificação das extremidades dos folhetos são fatores relacionados a desconexão. A prevenção dessa complicação é feita por uso de técnicas avançadas de imagem (ETE 3D) para orientar a clipagem, implante em apnéia e correta seleção dos pacientes, evitando folhetos posteriores curtos.

Comentários finais: O acompanhamento precoce após o implante de MitraClip é recomendado para detectar complicações agudas. O ETE é essencial para o diagnóstico relacionado ao mau posicionamento e desconexão de clipes, que pode ocorrer nos primeiros 30 dias após o procedimento.

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