Introdução: A prática de exercício físico resistido (ER) proporciona diversos benefícios para indivíduos saudáveis. Recentemente, foi observado que o ER também é seguro e benéfico para pacientes cardiopatas. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do ER sobre a capacidade física, a remodelação cardíaca, e variáveis moleculares e bioquímicas do músculo sóleo de ratos com infarto do miocárdio (IM). Métodos: Três meses após IM ou cirurgia simulada, ratos Wistar foram divididos nos grupos Sham (n=14), IM sedentário (IM-Sed, n=13), e IM submetido a ER (IM-R, n=14). O ER foi realizado em escada, 3x/semana, por três meses. A capacidade funcional foi avaliada pelo teste de carga máxima e pelo teste de tolerância ao exercício em esteira. Ecocardiograma foi realizado ao final do estudo. A atividade máxima de enzimas metabólicas e de enzimas antioxidantes foi quantificada no músculo sóleo por espectrofotometria. Marcadores do estresse oxidativo foram analisados no músculo sóleo (hidroperóxido de lipídio) ou no soro (malondialdeído e carbonilação de proteínas). A expressão de proteínas da via do fator de crescimento semelhante à insulina tipo-1/proteína quinase B/complexo alvo da rapamicina foi analisada por Western-blot. Análise estatística: ANOVA e Bonferroni ou Dunn; testes T de Student e Goodman; p<0,05. Resultados: A mortalidade foi maior no grupo IM-Sed que no Sham. O tamanho do infarto não diferiu entre os grupos. O exercício resistido aumentou a capacidade de carga máxima, sem alterar a capacidade funcional ou a remodelação cardíaca. A atividade da catalase foi menor no grupo IM-Sed que no Sham e da glutationa peroxidase foi menor no IM-Sed que nos grupos Sham e IM-R. A carbonilação proteica foi maior no IM-R que no IM-Sed. O metabolismo energético não diferiu entre os grupos, exceto pela menor atividade da fosfofrutoquinase no grupo IM-R que no IM-Sed. A expressão da p70s6K e p-FoxO3a, e a relação p-FoxO3a/FoxO3a foram menores no grupo IM-Sed que no Sham e a relação p-p70s6K/p70s6K foi maior no IM-Sed que no Sham. Conclusões: A prática de exercício resistido em ratos infartados é segura, atenua a mortalidade, e melhora a capacidade de carga máxima independentemente de alterações na estrutura cardíaca e função ventricular esquerda. No músculo sóleo, o exercício resistido preserva a atividade de enzimas antioxidantes e da fosfofrutoquinase, e a expressão de proteínas envolvidas no trofismo muscular.