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Miocardite com descompactação miocárdica: relato de uma apresentação rara e atípica

SOUZA, P. V. R., BELINI, A. M., PONS, F. M., CURRALADAS, I. D. R., JUNIOR, C. B., DA COSTA, W., Ribeiro, A. T, SELLERA, C. A. C.
UNIMES - Universidade Metropolitana de Santos - Santos - São Paulo - Brasil

 

Introdução: A miocardite é caracterizada por uma resposta inflamatória do miocárdio, frequentemente em decorrência de uma agressão infecciosa primária, algumas vezes com sinais muito inespecíficos, o que dificulta o seu diagnóstico. A miocardiopatia não compactada (MNC) é uma doença congênita, que resulta da falha na compactação do miocárdio entre a 5° e a 8° semana de vida embrionária. As manifestações clínicas são variadas, de assintomáticos a sintomas de insuficiência cardíaca, arritmias e tromboembolismo. Relato:  Paciente feminino 53 anos, ex-tabagista e hipotireoideia, com queixa de dispneia aos moderados esforços, acompanhada de dispneia paroxística noturna e ortopneia. Apresentava sinais de congestão pulmonar sem sinais de má perfusão. Relatava que fora internada por 7 dias, com melhora do quadro após diureticoterapia, porém os sintomas retornaram no último mês. Trazia ecocardiograma com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) de 40% e hipocinesia difusa, e cateterismo sem lesões obstrutivas, ambos realizados no período em que esteve internada.  Fora então otimizada a terapia medicamentosa para insuficiência cardíaca e solicitado ressonância magnética cardíaca (RMC). A paciente retorna com resultado da RMC: Diâmetros do VE 71x66mm, FEVE 30% com hipocinesia difusa mais acentuada em parede inferior, realce tardio multifocal inferosseptal basal, anterior médio, inferior médio e inferior apical, compatíveis com miocardite prévia. Presença de trabeculações em VE com índices limítrofes para não compactação miocárdica (2,3). Optado por iniciar anticoagulação com varfarina e iniciado rastreio em familiares para pesquisa de MNC, o qual foi negativo. Discussão:  Na RMC o padrão de distribuição do realce tardio na miocardite costuma ser multifocal mesocárdico, heterogênea e esparsa, não respeitando os territórios coronarianos. O critério mais utilizado na RMC para o diagnóstico de MNC é a razão entre camada não compactada e compactada > 2,3. Este critério possui baixa especificidade, havendo superestimulação do diagnóstico de MNC. Neste caso, a paciente apresenta alterações compatíveis com sequela de miocardite, porém apresenta índice limítrofe de descompactação do VE, e uma vez que aos 53 anos nunca apresentou evento embólico ou arritmogênico prévios, e não possui histórico familiar de MNC, é racional que a não compactação do VE esteja relacionada a sequela de miocardite, e não a doença congênita hereditária. Conclusão: Apesar de atípica e rara, é possível que a miocardite tenha como sequela a trabeculação e descompactação do VE.

 

 

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