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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Estudo Prospectivo da Função Ventricular e Sobrevida na Fase Aguda da Doença de Chagas em Modelo Experimental Animal

Arthur L. Vargas, Beatriz P. Dias, Henrique T. Moreira, Marcus V. Simões, Denise M. Tanaka, José A. Marin-Neto, Benedito C. Maciel, André Schmidt, Minna M. D. Romano
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - Ribeirão Preto - SP - Brasil

Introdução: A doença de Chagas vem perdendo sua característica endêmica e tem sido reconhecida fora das Américas, devido aos movimentos migratórios. Sua fase aguda, embora muitas vezes subclínica, pode ser letal. Poucos estudos demonstraram a evolução da função ventricular na fase aguda da doença. Este estudo objetivou estudar, em modelo experimental animal, a sobrevida na fase aguda da doença e sua relação com parâmetros de função ventricular. Métodos: Hamsters sírias fêmeas (Mesocricetus auratus) (n=45) foram distribuídas em grupo controle (GC): 15 animais injetados com solução salina; e grupo infectado (GI): 30 animais inoculados com 35.000 formas tripomastigotas da cepa Y do Trypanosoma cruzi. Foram prospectivamente acompanhados e avaliados por ecocardiografia sob sedação com equipamento dedicado a pequenos animais (VisualSonic Vevo® 2100) em dois momentos: basal pré-infecção (T0)  e 15 dias pós infecção (T1). Foram mensuradas fração de ejeção (FEVE) e a deformação miocárdica longitudinal global (GLS - Global Longitudinal Strain) do ventrículo esquerdo. O GI foi subdividido entre animais que apresentaram no mínimo um dos sinais clínicos (SC+): perda de peso, lesões de mucosa, queda de pelos ou letargia. ANOVA para modelos mistos foi utilizada para comparar os índices de função ventricular entre os grupos ao longo do tempo. Análise de sobrevida foi estudada pela curva de Kaplan-Meier e teste logrank. Resultados: Os animais foram acompanhados por 60 dias. Aos 15 dias de evolução houve queda significativa da FEVE em relação ao valor basal (53,80 ± 4,95 para 43,55 ± 12,10%) no grupo GI comparado ao GC (57,86 ± 7,52 para 59,73 ± 5,87%) (p=0,002) (Figura 1). Houve também redução significativa do GLS (-18,97 ± 3,94 para -12,44 ± 4,79%) no grupo GI vs GC (-19,58 ± 4,03 para -19,67 ± 4,04%) (p=0,012) (Figura 2). Doze animais do GI foram a óbito (40.00%), versus um animal do GC (6.66%). No GI, 11 óbitos ocorreram no subgrupo que apresentou SC+. A sobrevida foi significativamente reduzida no GI vs GC ao longo do tempo de observação (p=0,02) (Figura 3). Conclusão: A sobrevida reduzida na fase aguda do modelo experimental da doença de Chagas está associada a redução significativa da função ventricular esquerda. A mortalidade no GI é maior naquele subgrupo que demonstra SC+.

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