Procedimentos cirúrgicos em pacientes com comprometimentos sistêmicos, assim como em pacientes saudáveis exigem um bom planejamento clínico/cirúrgico , levando-se em consideração a saúde geral do paciente e a redução de riscos à saúde do mesmo. Para que tenhamos sucesso no tratamento, o mais importante é que as medicações em uso pelo paciente sejam sempre mantidas, ou no máximo ajustadas, quando necessário. Nos casos de pacientes que fazem uso de medicações anticoagulantes, é imprescindível que o cirurgião dentista realize todas as etapas da cirurgia com segurança, lançando mão do uso de hemostáticos locais como prevenção de quadros hemorrágicos. Paciente M.F.B, leucoderma, 62 anos, sexo masculino, não fumante, hipertenso, usuário de marcapasso e de fármacos como losartana, anlodipina e rivaroxabana (xarelto®) - anticoagulante oral, compareceu à APCD da Vila Mariana para extração dentária. Ao exame clínico o paciente apresentou dente 42 com mobilidade dentária e doença periodontal avançada. O tratamento realizado foi a extração dentária, porém, com cuidados extras quando comparado a uma cirurgia realizada em um paciente saudável. Nesse caso foi observada a necessidade de medicação pré-operatória como prevenção da endocardite infecciosa, assim como o paciente também foi orientado sobre a necessidade de permanecer sob manutenção do anticoagulante, evitando a formação de trombos no pós operatório. Para auxiliar na hemostasia, foi utilizado o ácido tranexâmico. Após sete dias não houve relato de complicações, tais como hemorragia, edema ou dor. Conclui-se que pacientes cardiopatas e em uso de novos anticoagulantes orais, podem sim, ser operados com segurança , desde que haja um correto planejamento de medicações pré e pós operatórias, solicitação de exames complementares e acompanhamento pós cirúrgico .