Fundamentos. Baixo nível socioeconômico é um fator de risco modificável para a ocorrência de infarto do miocárdio (IAM). Apesar de sua relação com um primeiro evento estar bem estabelecida, não há estudos brasileiros que demonstrem o impacto da renda familiar sobre a mortalidade de pacientes com IAM com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST).
Métodos. 542 pacientes com IAMCSST do Brazilian Heart Study, foram seguidos prospectivamente e divididos conforme a mediana de renda familiar (R$1400). Os grupos tiveram suas variáveis contínuas e categóricas comparadas por teste t student e qui quadrado, respectivamente. A incidência de morte em 48 meses foi comparada por Kaplan-Meyer e regressão de Cox ajustada por idade e gênero. Regressão linear foi usada para estimar o impacto da renda sobre a mortalidade. Valores de p<0,005 foram considerados significativos. SPSS21.0 foi usado nas análises.
Resultados. O grupo de menor renda teve maior incidência de morte por todas as causas em comparação ao grupo de maior renda (18,6[n=52] vs. 7,5%[n=17]; p<0,001). O OR foi de 2,16 [IC95%: 1,24-3,76; p<0,006] após ajuste por idade e gênero. Para cada incremento de R$1000 na renda, houve redução de 16% de mortalidade [IC95%: 0.71-0.98; p=0.028].
Conclusão. Baixa renda é fator de risco independente de mortalidade após IAMCSST.
