Introdução: A Pressão arterial é um dos meios de controle para avaliação da homeostase corpórea, sua notoriedade é amplamente conhecida e por conta disso, acompanhar o seu controle é uma prática recorrente em qualquer ambulatório. Dentre os motivos para que essa prática seja fundamentalmente difundida é a sua associação com doenças cardiovasculares ou eventos cardiovasculares severos, ou com doenças renais como a doença renal crônica. Para a população pediátrica, o controle pressórico é um pouco diferente do padrão usado em adultos, seus valores absolutos passam a ter uma importância secundária quando comparado ao percentil, este tem por finalidade descrever o quão próximo da normalidade aquele indivíduo se encontra. Tendo isso em mente esse trabalho tem por finalidade expressar valores obtidos de 238 crianças frequentadoras do serviço de nefrologia de um hospital público no Maranhão. Métodos: Foram analisados 238 jovens com idades de 0 à 16 anos, os dados foram obtidos dos prontuários eletrônicos do centro de prevenção de doenças renais. Os critérios de inclusão foram: ser frequentador do serviço de nefrologia pediátrica, possuírem em seus prontuários dados clínicos (Etiologia da DRC) e dados laboratoriais (creatinina, proteinúria). Os dados obtidos foram rodados em programa estatístico SPSS. Resultados: Verifica-se que 20,5% da amostra é de hipertensos, e destes 67,3% em uso de anti-hipertensivos. Dentre os hipertensos as etiologias mais frequentes foram as glomerulopatias em 67,3% e malformações do trato urinário em 26,5%. Quando os pacientes foram estratificados pela TFGe verifica -se que quanto menor a TFGe maiores são os percentis de PAS e PAD. Quanto a classificação de DRC a maioria dos pacientes estavam com TFGe maior 90 (52,2%), 21,7% estavam com TFGe entre 90 e 60ml/min e 25,9% tinham TFGe menor 60- destes 67,8% em estágio 3 e 32,1% em estágio 4.Conclusão: Observa-se que no ambulatório de nefropediatria a HAS é mais prevalente que na população pediátrica em geral mas no total de pacientes foi de somente 20%, a maioria está em uso de anti-hipertensivos, as etiologias mais prevalentes foram a glomerulopatias e quanto menor a TFGe maiores foram os percentis de PAS e PAD. Assim a queda da TFGe provocada pela lesão glomerular desencadeia alteração pressórica que ciclicamente pode agravar a lesão renal aumentando o risco de doenças cardiovasculares ou desencadeando DRC precoce nessa população.
