Introdução: A rotura de aorta é uma emergência cardiovascular que necessita diagnóstico imediato e preciso nas unidades de pronto atendimento, bem como uma abordagem terapêutica agressiva. Seu quadro clínico clássico se assemelha a outras patologias cardiológicas, dor torácica, de forte intensidade, lancinante, migratória, de início abrupto, hipertensão arterial. Dentre as apresentações não usuais, são descritos hematoma retrofaríngeo, hemotórax e hemoptise maciça secundária a fístula aorto-bronquica, esta última responsável por menos de 10% dos casos, devendo ao médico dominar o exame físico e seus diagnósticos diferenciais. Relato do Caso: C.T., 57 anos, masculino, com história prévia de dissecção de aorta abdominal há 14 anos com tratamento conservador, tabagista, hipertensão arterial e diabetes melitus controlados. Saiu em viagem e permaneceu um período de três dias sem fazer o uso das medicações anti-hipertensivas regulares. Ao retornar abriu um quadro de tosse aguda, frequente, e, entre elas, episódios de hemoptise. Encaminhado para hospital referência para melhor investigação. Exame físico sem alterações. Estabilizado clinicamente e enviado para tomografia computadorizada de tórax, a qual demonstrou área cardíaca normal, sem derrame pericárdico, dilatação aneurismática da artéria aorta ao nível da croça; hematoma intramural e ateromasia dos contornos desta estrutura. Após a infusão de contraste caracterizou-se dissecção da aorta antiga a partir da região aneurismática que se estende para porção toraco-abdominal (tipo 3 de bakey). Opacidades com aspecto de pavimentação em mosaico ao nível da região apical do pulmão à esquerda, inferindo hemorragia pulmonar, além de aumento da atenuação do parênquima pulmonar em níveis mais inferiores do lobo superior do pulmão esquerdo, feito o diagnóstico de Rotura de aorta contida pelo parênquima pulmonar. Realizado implante de Endoprótese de emergência por via femoral; durante o procedimento apresentou uma hipotensão importante, com queda de hemoglobina e transfundido na sala de hemodinâmica. Em seguida, encaminhado para Unidade Coronariana. Conclusões: A Rotura de aorta é uma urgência cardiovascular de que necessita de diagnóstico e intervenção imediatas adequadas para eficiente estabilização do quadro. Os fatores de risco e história prévia apresentados pelo paciente corroboram para o desenvolvimento da complicação e sugerem hipóteses diagnósticas. As apresentações não clássicas desta, como a relatada, devem ser lembradas para realização de corretas investigações e um positivo desfecho.