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Metotrexato associado à nanopartícula lipídica previne a dilatação e a dissecção da crossa da aorta em camundongos com Síndrome de Marfan

Guido MC, Lopes NM, Albuquerque CI, Tavares ER, Jensen L, Pereira LV, Kalil-Filho R, Laurindo FRM, Maranhão RC
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS USP - São Paulo - São Paulo - Brasil

 

Introdução: Mutações no gene da fibrilina-1 resulta em dilatação, dissecção e ruptura da aorta, sendo essa a principal causa de mortalidade em pacientes com síndrome de Marfan (SM). Inflamação está associada a maior suscetibilidade à dissecção e ruptura da aorta. Previamente, mostramos que o metotrexato (MTX) associado à nanopartícula lipídica (LDE) têm potente ação antiinflamatória e antiproliferativa em modelos experimentais de artrite reumatóide, de aterosclerose e no infarto agudo do miocárdio. 

Objetivo: Investigar se o efeito do tratamento com LDE-MTX pode prevenir o desenvolvimento de lesões na crossa da aorta de camundongos com SM.

Métodos: Camundongos mgΔloxPneo para SM e selvagens foram alocados em 6 grupos experimentais de acordo com os seguintes tratamentos: 1. Apenas LDE; 2. MTX em sua formulação comercial; 3. LDE-MTX. O tratamento ocorreu semanalmente na dose de 1mg/Kg ip, entre o 3º e o 6º mês de vida, período em que foi observado o desenvolvimento de dilatação e dissecção na crossa da aorta. Após 12 semanas, os animais foram submetidos a ecocardiografia, morfometria e expressão proteica da crossa da aorta.

Resultados: Comparado aos grupos LDE e MTX, o tratamento com LDE-MTX mostrou menor lúmen no arco aórtico e na aorta ascendente e descendente em camundongos SM. A LDE-MTX diminuiu a fração de volume do colágeno e o número de dissecções, mas não alterou a espessura de parede e no número de quebras de fibras elásticas. Houve menor expressão proteica dos fatores inflamatórios, CD68 (macrófagos), CD3 (linfócitos) e do fator de necrose tumoral alfa; do fator apoptótico caspase 3 e do colágeno tipo 1, apenas no grupo LDE-MTX. Além disso, o tratamento com LDE-MTX reduziu a expressão proteica do TGF-β, ERK e SMAD3.  Vale ressaltar que a expressão proteica do CD68 e do CD3 tiveram correlação positiva com a área do lúmen da crossa da aorta (r2 = 0,36; p <0,001), indicando a importância da inflamação no mecanismo de dilatação aórtica. O aumento da biodisponibilidade da adenosina intracelular em animais tratados com LDE-MTX foi sugerido pela maior expressão do receptor A2a de adenosina e pela menor expressão de adenosina deaminase na crossa da aorta.

Conclusão: O tratamento com LDE-MTX foi capaz de reduzir a inflamação, a apoptose e a fibrose, possivelmente pelo aumento da biodisponibilidade da adenosina intracelular. Através destes mecanismos, o LDE-MTX preveniu o desenvolvimento da dilatação e dissecção na crossa da aorta.

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