Introdução: O Alzheimer é uma doença que afeta o nível cognitivo e todo o funcionamento do organismo. Objetivo: Relatar a atuação da equipe de Cuidados Paliativos para a tomada de decisões e cuidados de uma paciente com Alzheimer. Relato de caso: Idosa de 73 anos com diagnóstico de Alzheimer e disfunção ventricular. Realizados atendimentos multidisciplinares ambulatoriais com a paciente e a sua família. Resultados: Antes do diagnóstico a paciente recorreu inúmeras vezes ao pronto atendimento com queixa de parestesia de membro superior, dor torácica, constipação, vômitos e sincope. Demonstrou surpresa de não ter “acusado problemas cardíacos ao sentir dor na veia do pescoço”. Foi diagnosticada pela fonoaudióloga comdeglutição funcional e hipótese de disfagia psicogênica. Durante os atendimentos manifestou sinais de rubor da face, soluços, ruídos orofaríngeos, calores e sensação de entupimento da carótida. Notou-se a angústia ocasionada pela falta de apetite, a sensação de se sentir sozinha, abandonada e ansiosa mesmo na presença da irmã. Relatou que em alguns momentos apresentou dificuldades de encontrar os objetos que perdia constantemente e tinha medo de sair na rua. Os objetos que não encontrava eram as chaves da casa que punha dentro dos sapatos, roupas molhadas no armário e documentos que sumiam da sua bolsa. Durante esses momentos reagia com raiva e agressividade achando que tinha sido roubada Aos poucos, compreendeu que necessitaria de cuidados especiais embora pudesse realizar atividades que dessem prazer e não a expusesse em riscos. A doença provocou a ruptura das atividades diárias, perda de autonomia, luto e alterações na dinâmica familiar. Nos atendimentos a continência e o holding levaram a compreender o diagnóstico, a evolução e o prognóstico. Ela pode reconhecer o cuidado da irmã, responsável pelo seu cuidado e aceitar uma rede de cuidados com: medicação, fisioterapia, fonoaudióloga, nutricionista e cuidadoras. A equipe fez um plano de cuidado com as atividades de lazer, religiosas e culturais que impactaram as relações sociais e o autocuidado. O trabalho proporcionou uma escuta empática e continente, trabalhou o luto antecipatório da morte da irmã e a irreversibilidade do quadro. Conclusão: Notou-se a eficácia das intervenções realizadas isoladamente e a atuação integrada da equipe no atendimento que possibilitou uma melhor comunicação com a família a compreensão da irreversibilidade do quadro clínico focando os aspectos bio-psico-social-espiritual da paciente e família na abordagem de cuidados paliativos