SOCESP

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Efeitos da obesidade mórbida sobre o perfil lipídico, de apolipoproteínas e na atividade da Paraoxonase 1

Maurício Tavares Costa, De Oliveira, WPC, Braga, PGS, Freitas, FR, Laverdy Neto, OG, Baroni, RV, Miura, VM, Cecconello, I, Santo, MA, Maranhão, RC
InCOR-HCFMUSP - SP - SP - Brasil, Fac Ciências Farmacêuticas-USP - SP - SP - Brasil, Disciplina Cirurgia Bariátrica-HCFMUSP - SP - SP - Brasil

Introdução: A obesidade mórbida é definida como IMC ≥ 40 kg/m² e é acompanhada de maior frequência de comorbidades como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 2 e dislipidemias, que se caracteriza pelos triglicérides alto e HDL baixo. No tocante às HDL, é importante explorar outros parâmetros relacionados com a lipoproteína, já que o HDL-c dá uma informação incompleta sobre as importantes funções da HDL na proteção cardiovascular. Neste sentido, destaca-se a função antioxidante ligada à paraoxonase 1 (PON 1), enzima associada à fração HDL. Objetivo: Avaliar os efeitos da obesidade sobre os lípides e apolipoproteínas (apo) plasmáticas, tamanho das partículas da HDL e a atividade antioxidante da PON 1 em mulheres com obesidade mórbida. Métodos: Foram selecionadas 28 mulheres com obesidade mórbida (44±8 anos, IMC 49,7±6,1 kg/m2) e 25 mulheres eutróficas (41±17 anos, IMC 22,1±1,7kg/m2). As amostras de sangue foram obtidas após jejum de 12 horas. Os lípides plasmáticos foram determinados por kits comerciais e as concentrações plasmáticas de apo A-I e apo B foram determinadas através do método turbidimétrico. O diâmetro das partículas de HDL pelo método de espalhamento de luz e a atividade de PON 1 pelo método espectrofotométrico. Resultados: Não houve diferença do CT (182±37 vs 194±50 mg/dL, p=0,62) e LDL-c (114±30 vs 110±40 mg/dL, p=0,61) entre os grupos. Os TG (117±47 vs 77±47 mg/dL, p<0,0009) e a apo B (1,1±0,3 vs 0,8±0,3 g/L, p<0,0013), foram maiores no grupo de mulheres com obesidade mórbida. Não houve diferença na atividade de PON1 (9148 vs 7752 U/L, p=0,30). O HDL-c (46±9 vs 69±15 mg/dL), o diâmetro da partícula HDL (8,9±0,3 vs 9,3±0,3 nm) e a apo A-I (1,4±0,2 vs 1,8±0,3 g/L), foram menores (p<0,0001) nas obesas. Conclusão: Mulheres com obesidade mórbida mostraram o perfil lipídico característico da resistência à insulina com aumento dos triglicérides e diminuição do HDL-c. Além disso, mostraram 3 outros fatores de risco cardiovasculares representados pela apo B aumentada, apo A-I diminuída e menor diâmetro da HDL, que também está associado com o desenvolvimento da aterosclerose. Apesar do HDL-c baixo, as obesas não apresentaram diminuição da atividade da PON1, o que demonstra a independência dos dois parâmetros. Isto é interessante porque a PON1 está contida na fração HDL e se esperaria diminuição da atividade da enzima quando HDL-c diminui. Esses resultados acrescentam novos aspectos dos distúrbios dos lipídios plasmáticos na obesidade.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

41º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo