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Tratamento com daunorrubicina associada a nanopartículas lipídicas reduz lesões aórticas em modelo de aterosclerose em coelho

Albuquerque CI, Tavares ER, Guido MC, Lopes NM, Baroni RV, Jensen L, Silva BMO, Kalil-Filho R, Tavoni TM, Maranhão RC
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Quimioterápicos associados a nanopartículas lipídicas (LDE) demonstraram eficácia no tratamento de aterosclerose e câncer em pacientes e em modelo animal. A LDE é preparada em laboratório com composição e estrutura semelhantes à LDL e concentram-se em locais com altas taxas de proliferação celular, como nas lesões ateroscleróticas. A daunorrubicina (DNR) é um agente quimioterápico antiproliferativo e sua associação com a LDE já foi estudada em modelo de câncer murino, não apresentando toxicidade relevante.

Métodos: 16 coelhos machos New Zealand foram submetidos a uma dieta com colesterol 1% durante 8 semanas para a indução de aterosclerose. Após 4 semanas da dieta, os animais foram divididos em: Grupo LDE-DNR (6mg/kg EV, n=9), tratados semanalmente com DNR associada à LDE; Grupo LDE (EV, n=7), tratados com apenas LDE. Além disso, foi designado um grupo Controle de 3 animais, os quais não foram submetidos a qualquer intervenção. Perfil lipídico e hematológico, consumo de ração, massa corporal e ecocardiograma foram avaliados antes do início da dieta rica em colesterol, no pré-tratamento e pós-tratamento. Morfometria e expressão proteica foram realizadas em segmentos das aortas.

Resultados: No grupo LDE-DNR as lesões aórticas foram 50% menores em comparação ao grupo LDE. A expressão proteica dos marcadores inflamatórios CD68, TNF-α e IL-6 no grupo LDE-DNR foi menor que no grupo LDE. Fatores pró-apoptóticos caspase 3, caspase 9 e BAX também foram menores em LDE-DNR em relação ao grupo LDE. A expressão proteica do fator de crescimento endotelial (VEGF) e da molécula de adesão celular vascular (VCAM) foi menor no grupo LDE-DNR quando comparado ao grupo LDE. Pela ecocardiografia observou-se que as funções sistólica e diastólica foram preservadas tanto no grupo LDE-DNR quanto no LDE e não houve diferença na massa cardíaca entre os 3 grupos. No grupo LDE o peso relativo do coração estava maior que nos controles, o que não aconteceu com o grupo LDE-DNR. LDE-DNR não apresentou toxicidade observável no hemograma ou diferenças na ingestão de ração e peso corporal. O tratamento com LDE-DNR evitou o desenvolvimento de cardiomegalia observado no grupo LDE, onde o peso relativo do coração estava aumentado em relação ao grupo controle.

Conclusão: O tratamento com LDE-DNR reduziu as lesões ateroscleróticas da aorta, diminuiu a expressão proteica dos fatores pró-inflamatórios e pró-apoptóticos, diminuiu a expressão de VEGF e VCAM e preservou a função cardíaca, não apresentando toxicidade hematológica ou outras toxicidades aparentes.

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