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Estudo da correlação direta entre a classe funcional avaliada por métodos clínicos e o resultado do teste cardiopulmonar em pacientes com insuficiência cardíaca

ER Azevedo, Júlio César Crescêncio, Débora Cristine Prévide Teixeira da Cunha, Rosana Aparecida Spadoti Dantas, Lourenço Gallo Junior, André Schmidt, Denise Mayumi Tanaka, Marcus Vinicius Simões
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - Ribeirão Preto - SP - Brasil

Introdução: A determinação da capacidade funcional (CF) é essencial na avaliação clínica dos pacientes com insuficiência cardíaca (IC), sendo utilizada para tomada de decisão na indicação de otimização terapêutica e implante de dispositivos cardíacos.

Objetivo:   O presente estudo tem como objetivo avaliar, de forma comparativa, métodos clínicos de avaliação da capacidade funcional rotineiramente utilizados na prática clínica e correlacionar tais resultados com os obtidos pelo teste cardiopulmonar (TCP), sendo este considerado o padrão ouro para tal finalidade.   

Métodos: Nós investigamos prospectivamente 101 pacientes adultos portadores de IC com fração de ejeção reduzida seguidos na clínica de IC em um hospital terciário [idade = 56,0±12,3 anos; 59% homens; FEVE = 29,2 ± 9,2%; principais etiologias: isquêmica (28%), cardiomiopatia dilatada (30%), hipertensiva (20%) e chagásica (10%)]. Num mesmo dia, os pacientes foram avaliados quanto à classe funcional pelos métodos clínicos da NYHA e da SAS (Specific Activity Scale)e pela mensuração direta do VO2-pico em TCP. Diferentes pesquisadores aplicaram cada teste de forma separada e velada com relação aos demais resultados. Para análise da concordância geral dos métodos clínicos de avaliação da capacidade funcional (NYHA e SAS) com o teste cardiopulmonar, aplicamos o coeficiente de Kappa de Cohen. O valor de VO2-pico foi expresso em equivalentes metabólicos (METS), permitindo então delimitar as classes funcionais apresentadas pelos pacientes. 

 

Resultados: No estudo de concordância entre os resultados da CF pela NYHA, avaliada em relação ao TCP, chegamos a um valor Kappa de 0,076 (erro padrão de 0,057), portanto, uma fraca concordância. No estudo de concordância entre os resultados da CF avaliada pela SAS em relação ao TCP, chegamos a um valor kappa de 0,055 (erro padrão de 0,068), mostrando também fraca concordância. O gráfico 1 evidencia que os valores individuais de VO2-pico nos grupos de pacientes segregados conforme a classe funcional definida por cada um dos métodos clínicos evidenciou grande dispersão de valores, com extensa superposição entre os diferentes grupos, sem diferenças significativas do valor médio do VO2-pico entre os grupos (p>0,05).

 

Conclusão: Os resultados deste estudo mostram que os métodos clínicos de avaliação da capacidade funcional apresentaram fraca concordância com a capacidade funcional objetivamente medida no teste cardiopulmonar. Esses dados reforçam a importância do emprego do TCP para mais acurada determinação da capacidade funcional em pacientes com IC. 

 

 

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