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Análise crítica da aplicação dos Critérios de Uso Apropriado da Cintilografia de Perfusão Miocárdica na avaliação de pacientes assintomáticos de alto risco cardiovascular

Vinicius Silva Freire Alvarenga , Paola Emanuela Poggio Smanio
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Fundamentos: O papel da cintilografia de perfusão miocárdica (CPM) em pacientes assintomáticos permanece restrito a situações clínicas muito específicas, muitas delas abordadas nos Critérios de Uso Apropriado (AUC) da cintilografia de perfusão miocárdica, publicados em 2009. 

Objetivos: Realizar uma análise crítica da aplicação dos AUC nas solicitações de CPM para pacientes assintomáticos de um centro terciário de cardiologia, cuja população é notadamente de alto risco cardiovascular. 

Métodos: Foram selecionados, através de análise de prontuário, pacientes assintomáticos que realizaram cintilografia de perfusão miocárdica. Os AUC foram aplicados retrospectivamente às indicações dos exames de maneira que elas fossem classificadas em apropriadas, inapropriadas ou incertas. Foram considerados como exames alterados aqueles que apresentassem ao menos um dos seguintes itens: hipocaptação fixa, hipocaptação transitória ou dilatação isquêmica transitória. Buscou-se avaliar a correlação entre o grau de recomendação das indicações e a presença de exames alterados. 

Análise estatística: Foi realizada com teste exato de Fisher, teste de Qui-quadrado, modelos de Regressão Logística e ajustes de Stepwise Backward.

Resultados: A partir de uma seleção inicial de 2999 prontuários, 2245 estavam disponíveis para análise. Destes, 490 eram assintomáticos e foram incluídos no estudo. O risco cardiovascular calculado foi alto em 87,3% dos pacientes, moderado em 10% e baixo em 2,7%. Apenas 9,8% das indicações foram inapropriadas, enquanto que 61,4% foram apropriadas e 28.8% foram incertas. A hipocaptação fixa do radiofármaco ocorreu em 43,5% dos casos e a hipocaptação transitória em 16,1%. Embora não tenha sido encontrada correlação entre indicações adequadas (apropriadas ou incertas) e exames isquêmicos (hipocaptação transitória), a solicitação do exame de maneira adequada correlacionou-se com CPM alterada (tabela 1).

Conclusão: A taxa encontrada de exames alterados foi elevada e a utilização dos AUC como guia para uma adequada indicação do exame mostrou-se uma estratégia eficaz em predizer exames alterados nesta população de pacientes assintomáticos de alto risco cardiovascular. Adicionalmente, o grupo de pacientes com indicação incerta apresentou essa correlação de maneira mais intensa, e, embora os AUC valorizem também a utilidade do resultado do exame e não apenas o resultado em si, isso pode significar que algumas das indicações consideradas incertas pela literatura talvez sejam apropriadas para uma população de alto risco cardiovascular.

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