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Relato de Caso: Pericardite constritiva por tuberculose com calcificação extensa em ventrículo esquerdo

Cibele Matsuura de Oliveira, Marcela Anhesini Benetti, Diego Maia Martins, Delyson Vinícius Oliveira Souza, José Carlos Pachón Mateos, Carlos Eduardo Rochitte
HOSPITAL DO CORAÇÃO - - SP - BRASIL

Introdução:A pericardite é um processo inflamatório do pericárdio com prevalência de 1% e pode evoluir com tamponamento ou constrição. A tuberculose, principal causa de pericardite constritiva (PC), pode  levar à  pericardite tuberculosa (PT) , a qual representa 10% de todos os casos de pericardite, podendo chegar a 90% de mortalidade quando sem o correto diagnóstico e tratamento. Método/Relato de caso: Paciente J.C.T., 57 anos, gênero masculino, admitido no setor de emergência de hospital terciário, com palpitações, dispnéia aos mínimos esforços, edema de membros inferiores, afebril, com poliartralgia assimétrica migratória e máculas eritematosas difusas. As máculas surgiram há 14 anos, com disseminação progressiva, indolores, não pruriginosas, associadas a poliartralgia assimétrica migratória. Há 13 anos iniciou quadro de fibrilação atrial (FA), submetido a duas cardioversões e  a duas ablações, sem sucesso, em internações posteriores. Em uso de anticoagulante oral e betabloqueador. Há 1 mês,  reumatologista realizou biópsia das máculas (padrão indeterminado),  iniciando  metotrexate e corticóide, sem prova tuberculínica (PPD) prévia. Após 2 semanas de tratamento, evoluiu com piora clínica. Exame Fisico: Glasgow 15,  sem emagrecimento prévio, turgência jugular, murmúrio vesicular diminuído bibasal, ritmo cardíaco irregular, bulhas normofonéticas,  estalido protodiastólico mitral 3+/4+ “knock” pericárdico; abdome  ascítico, com hepatomegalia e espaço de Traube livre. Edema de membros inferiores 3+/6+, pulsos simétricos, boa perfusão tecidual periférica, e máculas eritematosas difusas. Resultado:  Eletrocardiograma: FA e sobrecarga atrial esquerda;  Ecocardiograma Transtorácico: espessamento pericárdico, calcificação de 6mm, biventricular, sem restrição e insuficiência mitral discreta. Ressonância Magnética Cardíaca: pericardite constritiva com calcificações importantes e repercussão hemodinâmica significativa, sendo compatível com  tuberculose pericárdica.  PPD positivo reator e Quantiferon para Tuberculose positivo. Realizada pericardiectomia e anatomopatológico apresentando processo inflamatório inespecífico. Iniciado tratamento com RIPE (rifampicina/isoniazida/pirazinamida/etambutol) e corticóide, evoluindo com melhora clínica, desaparecimento das máculas e sem novos episódios de artralgia. Conclusão: Pacientes com anatomopatológico inconclusivo, mas com características clínicas, laboratoriais ou epidemiológicas sugestivas de PT, devem receber tratamento com esquema RIPE associado a corticóides.

 

 

 

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