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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Evolução tardia das próteses biológicas e mecânicas em posição aórtica.

Larissa Bruscky , Auristela Ramos , Carlos Gun, Paulo Chaccur, David Le Bihan
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução: Apesar da constante renovação e aprimoramento das próteses valvares cardíacas a decisão sobre substituição por prótese biológica ou mecânica permanece controversa. 

Objetivo: Esse estudo avalia pacientes submetidos à cirurgia para troca valvar aórtica utilizando substituto biológico ou mecânico. 

Métodos: Estudo observacional, do tipo coorte histórica por análise de prontuário. Foram selecionados 202 pacientes operados entre 2004 e 2008, com seguimento médio de 10 anos.

Resultados: A probabilidade de sobrevida livre de óbito por qualquer causa e reoperação foi significativamente maior em pacientes tratados com prótese biológica em comparação com a prótese mecânica (HR = 0,33; 95% intervalo de confiança [IC] 0,13-0,79; p = 0,013). Foram observados oito óbitos num período de 10 anos no grupo de pacientes portadores de prótese biológica e cinco no grupo de prótese mecânica. Esses dados correspondem a um percentual ajustado de 6,11% de mortalidade para o grupo de prótese biológica e 7,9% para prótese mecânica (p = 0,68). A análise de reoperação isolada evidenciou uma diferença significativa a favor da prótese mecânica (HR = 0,062; IC = 0,008-0,457; p = 0,006), principalmente para menores de 30 anos, quando analisados por subgrupo. Num período de 10 anos, dezenove pacientes portadores de prótese biológica foram reoperados, correspondendo a um percentual de 21,24% e nenhum paciente do grupo de prótese mecânica. O risco de eventos adversos composto de acidente vascular cerebral, sangramento, endocardite, trombose e regurgitação paraprotética não foi diferente entre os grupos (HR = 1,20; IC 95% = 0,74-1,93; p = 0,44). O risco de sangramento foi significativamente maior em pacientes tratados com prótese mecânica em comparação com a prótese biológica (HR = 3,65; IC 95% = 1,43-9,29; p = 0,0064), porém não houve sangramento fatal. 

Conclusões: Não há diferença de mortalidade em 10 anos entre os dois grupos. Há um aumento significativo no risco de reoperação ao se optar por próteses biológicas, principalmente para os menores de 30 anos. Já os pacientes portadores de prótese mecânica têm maior risco de sangramento não fatal.

 

Figura 1 - Curva de Kaplan-Meier para avaliar probabilidade de sobrevida livre de eventos (óbito ou reoperação).

Figura 2 - Gráfico de forest plot do efeito dos eventos adversos em relação ao tipo de prótese (mecânica ou biológica).

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