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Lipoproteínas remanescentes de triglicerídeos: o diâmetro da partícula, mas não a concentração plasmática ou o conteúdo lipídico, melhora a discriminação de risco para diabetes incidente - Resultados prospectivos do ELSA-Brasil

Luiz Sergio F Carvalho, Isabela M. Benseñor, Paulo A. Lotufo, Bruce B. Duncan, Michael J. Blaha, Peter P. Toth, Steven R. Jones, Raul D. Santos, Andrei C. Sposito
FACULDADE DE CIENCIAS MÉDICAS – UNICAMP - - SP - BRASIL, HOSPITAL UNIVERSITÁRIO - USP - SP - SÃO PAULO - SP - BRASIL

Importância: Prever o risco de diabetes mellitus tipo 2 (DM2) permite a alocação de recursos para impedir seu desenvolvimento. Embora a trigliceridemia seja altamente preditiva para DM2, as lipoproteínas remanescentes dos triglicerídeos (TRL) refletem com mais precisão as alterações fisiopatológicas subjacentes à progressão para DM2, como esteatose e inflamação pancreáticas. Nossa hipótese é de que medidas relacionados aos TRL (composição, concentração plasmática) poderiam melhorar a previsão de risco para o desenvolvimento de T2DM.

Métodos: Foram incluídos indivíduos com idade entre 35 e 74 anos da coorte ELSA-Brasil com HbA1c e um teste oral de tolerância à glicose (TTGO) disponíveis. Modelos de regressão foram utilizados para prever DM2 incidente, começando com histórico médico e características da síndrome metabólica (idade, sexo, hipertensão, circunferência abdominal [CA], HbA1c, triglicerídeos) e hsPCR, adicionando medidas relacionadas ao TRL, incluindo concentração plasmática, tamanho de partícula, bem como conteúdo de colesterol e triglicerídeos. As características do TRL foram medidas por H1-RNM espectroscopia. A discriminação foi avaliada como área sob a curva ROC (AUROCs).

Resultados: Entre 4.466 indivíduos em risco, houve 353 novos casos de DM2 após 3,7 (DP = 0,6) anos de acompanhamento. Derivamos um modelo de 8 variáveis com AUROC 0,891 (IC 95%: 0,870-0,913). Os marcadores gerais relacionados ao TRL não melhoraram a capacidade preditiva para DM2. No entanto, o diâmetro das partículas de TRL (TRLZ) aumentou o AUROC, particularmente em indivíduos sem anormalidades glicêmicas no início do estudo (Hba1c <5,7%). Neste subgrupo, o AUROC aumentou de 0,761 (IC 95%: 0,739-0,798 - modelo basal) para 0,823 (IC 95%: 0,783-0,862 - modelo TRLZ) (p para a diferença entre AUCs = 0,00006). Consistentemente, o net reclassification improvent (NRI) do modelo com TRLZ melhorou em 10,27% (IC 95%: 1,0 - 24,1, p=0.00041). Em indivíduos com pré-diabetes no início do estudo, o TRLZ está altamente correlacionado com obesidade, resistência à insulina e inflamação (soma do z-escores para CA + HOMA-IR + hsPCR: R2=0.25), mas isso foi menos importante em indivíduos com Hba1c <5,7% (R2=0.15). Análises de sensibilidade confirmaram os resultados com distintos critérios de inclusão (pré-diabetes definido apenas com TTGO) e excluindo pacientes com diagnóstico de DM2 incidente apenas com base na glicemia de jejum.

Conclusões: O diâmetro das partículas do TRL melhora a discriminação do risco de DM2, particularmente em indivíduos sem anormalidades glicêmicas no início do estudo.

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