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Insuficiência cardíaca - Dilema de um coração real ou artificial?

Valéria Lima Frediani, Adriana Aparecida Fregonese, Sílvia Maria Cury Ismael
HOSPITAL DO CORAÇÃO - - SP - BRASIL

Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma patologia crônica e progressiva que requer mudanças importantes do estilo de vida para melhora da qualidade de vida. Quando o paciente não se beneficia do tratamento medicamentoso e cirúrgico, a via final é a realização de transplante cardíaco (tx) ou implante de coração artificial, o que pode gerar angústias e limitações de diferentes ordens. Objetivo: O objetivo do estudo de caso foi identificar consequências emocionais e comportamentais da dificuldade de adesão ao tratamento de IC e evolução para indicação ao tx ou dispositivo cardíaco artificial. Método: Estudo de caso de paciente do sexo feminino, 39 anos, portadora de IC, dependente de droga ilícita e tabagista, com dificuldade de adesão ao tratamento resultando na piora progressiva da doença. Realizado estudo retrospectivo através de registros em prontuário sobre avaliação e acompanhamento psicológico das últimas internações e efetivado acompanhamento ambulatorial no segundo semestre de 2019. As intervenções psicológicas estiveram pautadas na sensibilização para mudança do estilo de vida – tabagismo e uso de substância ilícita - e adesão ao tratamento, através de psicoterapia breve. Resultados: Em avaliação identificou-se histórico de comportamentos de risco desde a juventude, e apesar das consequências em torno da saúde física, não houve mudança de conduta até o diagnóstico de IC, classe funcional III/IV e indicação para tx cardíaco. O acompanhamento psicológico focou a cessação do uso de substâncias e sensibilização da paciente para a importância da adesão ao tratamento. Houve melhora da condição clínica e do humor após eliciar comportamentos de adesão, contudo, o tx cardíaco foi contraindicado, gerando grande impacto emocional. A indicação do dispositivo foi recebida com frustração e estranheza, devido às limitações e restrições físicas. O acompanhamento psicológico esteve pautado no significado deste tratamento e na importância da comunicação com a equipe médica para o esclarecimento de possíveis fantasias e diminuição da ansiedade. Conclusão: As avaliações e intervenções psicológicas realizadas permitiram legitimar reações emocionais reativas ao contexto de mudanças do tratamento clínico, e fortalecer os recursos de enfrentamento frente à complexidade da patologia. Equipe multidisciplinar contribuiu de maneira significativa para a melhora da ansiedade ao esclarecer dúvidas que potencializavam o sentimento de desamparo frente ao desconhecido. Paciente em seguimento ambulatorial para continuidade do acompanhamento psicológico.

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