Introdução: A doença cardiovascular (DCV) aterosclerótica é uma doença crônica inflamatória associada ao envelhecimento. Idosos tendem a apresentar níveis maiores de LDL-C devido à redução na eficiência de remoção desta lipoproteína. O processo de envelhecimento também é marcado pelo ganho de peso e alterações metabólicas que incluem o aumento dos triglicérides e a redução do HDL-C. No tocante à proteção antiaterosclerótica da HDL, a determinação dos níveis de HDL-C não é suficiente para avaliar as ações da lipoproteína. Neste sentido, a avaliação das enzimas associadas à fração HDL e o tamanho das partículas da lipoproteína são importantes aspectos funcionais da HDL. Objetivo: Avaliar se a atividade da PON-1 e diâmetro da HDL estão alterados em mulheres idosas eutróficas. Métodos: Foram incluídas no estudo 18 mulheres idosas eutróficas (67±5 anos, IMC= 25±4 kg/m2) sem DCV manifesta e 20 mulheres jovens eutróficas (26±4 anos, IMC= 23±2kg/m2). Os lípides e as apolipoproteínas foram determinados por kits comerciais. O diâmetro da HDL foi determinado pelo método de espalhamento de luz laser e a atividade da PON-1 foi determinada por método espectrofotométrico. Resultados: O grupo de idosas apresentou maior circunferência abdominal (p=0,012) e relação cintura-quadril (p<0,0001) quando comparadas ao grupo de mulheres jovens, mesmo os grupos sendo pareados pelo IMC. O grupo idosas apresentou maiores níveis de colesterol total (p<0,0001), LDL-C (p<0,0001), não-HDL-C (p<0,0001), apo B (p=0,0002) e triglicérides (p=0,0152). Não houve diferença nos níveis de apolipoproteina A-I e HDL-C entre os grupos. Não houve diferença entre os dois grupos na atividade da PON-1 e no diâmetro da HDL. Conclusão: Apesar das mulheres idosas terem mantido IMC dentro da normalidade, houve mudanças desfavoráveis nas lipoproteínas que contém apo B, com aumento do risco cardiovascular. No entanto, a idade não trouxe alterações na fração HDL no que tange ao HDL-C, a atividade antioxidante da PON-1 e tamanho das partículas de HDL.