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Treinamento físico melhora distúrbio do padrão de fluxo em pacientes com doença arterial coronariana submetidos à angioplastia coronária eletiva

Kelly Thayane Souza Correia, Camila Paixão Jordão, Carlos Augusto Homem de Magalhães Campos, Marcelos Rodrigues dos Santos, Francis Ribeiro de Souza, Antonio Battaglia Filho, Pedro A Lemos, Carlos Eduardo Negrão, Maria Janieire de Nazaré Nunes Alves
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, USP - Escola de Educação Física e Esporte - São Paulo - SP - Brasil

Introdução: A doença arterial coronariana (DAC) promove disfunção vascular endotelial na região da lesão que alteram o estresse de cisalhamento (Shear rate – SR), em artérias periféricas e coronárias. A associação do aumento do fluxo retrógrado com a progressão da placa aterosclerótica foi demonstrada anteriormente. Por outro lado, o treinamento físico (TF) melhora a resposta vascular endotélio-dependente e aumento do fluxo sanguíneo muscular periférico (FSM). O que não está claro é se o TF pode melhorar a resposta do SR em pacientes com DAC estável.

Objetivo: Avaliar o efeito do TF sobre a resposta de FSM e SR retrógrado, anterógrado e oscilatório no membro inferior de pacientes com DAC submetidos à angioplastia coronária eletiva.

Métodos:  Vinte pacientes com DAC após angioplastia eletiva foram randomizados em 2 grupos: Grupo sedentário - GS (n=10) e grupo treinamento físico - GT (n=10). Todos realizaram teste cardiopulmonar. O GT praticou exercício físico com intensidade entre 60 - 80% do consumo máximo de oxigênio, durante 40 minutos, 3x/sem por 6 meses. Foram avaliados o FSM e a condutância vascular da perna (CVP), por meio da pletismografia de oclusão venosa. O SR foi avaliado na artéria femoral por ultrassom vascular com Doppler, pré e pós 6 meses de intervenção.

Resultados: Após 6 meses de TF, o GT apresentou aumento do FSM basal comparado ao momento pré-intervenção (2,29±0,59 vs. 1,85±0,71; p<0,05, respectivamente) e CVP (2,56 ± 0,69 vs. 2,03 ± 0,83; p<0,05, respectivamente). Houve uma redução do diâmetro basal da artéria femoral no GS após 6 meses (7,97±0,94 vs. 7,02±1,81; p=0,04). Após TF, o GT apresentou menor SR anterógrado comparado ao momento pré-intervenção (63,92±22,48 vs. 96,86±49,34; p<0,01, respectivamente), porém não houve diferença no GS. Adicionalmente, houve uma diminuição do SR retrógrado no GT no momento pós- comparado ao momento pré-intervenção (19,50±12,85 vs. 42,13±35,05; p<0,02, respectivamente). O SR corrigido pela área sob a curva, foi menor no GT na condição basal comparado ao GS (187,17±121,83 vs. 338,15±191,80; p<0,05, respectivamente). Não houve diferença para o SR oscilatório, SR corrigido e SR absoluto entre os grupos, no momento pré e pós intervenção.

Conclusão: O TF reduziu o SR retrógrado em pacientes com DAC após angioplastia. Além disso, a redução do SR anterógrado no GT, sugere um aumento da área de perfusão muscular do membro inferior avaliado, o que não ocorreu no GS. Dessa forma, é possível sugerir que o treinamento físico corrobora para reduzir os mecanismos de evolução da DAC nessa população.

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