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Síndrome de Takotsubo e choque cardiogênico desencadeados por episódio convulsivo – É possível essa associação?

SOUZA, P. V. R., GUIMARAES, P. O., CARDOZO, F. A. M., BOROS, G. A. B., CARAMELLI, B., SOEIRO, A. M.
Hospital BP Mirante - Unidade Cardiológica Intensiva (UCI) - São Paulo - São Paulo - Brasil, INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A síndrome de Takotsubo, também chamada de cardiomiopatia induzida pelo estresse, é caracterizada por disfunção sistólica regional transitória do ventrículo esquerdo (VE), com acinesia dos segmentos médio e apical do VE e hipercinesia das paredes basais. Sua ocorrência após episódio convulsivo é incomum. Contudo, sua evolução geralmente é benigna, sendo que a apresentação como choque cardiogênico é rara e pode ser fatal. Relato de caso: Paciente masculino de 56 anos, médico cirurgião, foi encontrado no vestiário do hospital, arresponsivo e com sinais de mordedura de língua, após participar de cirurgia de longa duração. Referia prótese metálica aórtica em uso de varfarina há 17 anos e epilepsia.  Foi realizada intubação orotraqueal e realizado o diagnóstico de choque hemodinâmico, com necessidade de dobutamina e noradrenalina em doses elevadas. Realizada tomografia computadorizada de crânio que revelou hemorragia subaracnóide (HSA) frontal esquerda traumática e o ecocardiograma mostrou fração de ejeção (FE) do VE de 35% às custas de acinesia dos segmentos médio e basal das paredes septal, inferior e infero-lateral, prótese metálica aórtica normofuncionante. Submetido a cinecoronariografia que não mostrou lesões obstrutivas. Optado por passagem de balão intra-aórtico como suporte circulatório. Evoluiu com estabilidade clínica, sendo extubado em 48 horas, e desmame de inotrópico e retirada de balão em 72 horas. No 5º dia após, apresentou trombose aguda de artéria braquial direita, realizada embolectomia sem intercorrências. Recebeu alta hospitalar no 10º dia, com FE normal e reversão das alterações segmentares. HSA totalmente reabsorvida. Discussão: A sequência de eventos que melhor explica o quadro clínico do paciente é a de que uma crise convulsiva devido epilepsia, levou a queda da própria altura, gerando a hemorragia traumática. Tanto o procedimento cirúrgico longo quanto o próprio quadro convulsivo podem ter sido o fator precipitante para o desenvolvimento da síndrome de Takotsubo. A literatura mostra que a cardiomiopatia de Takotsubo é mais comun em mulheres acima dos 60 anos, todavia, pacientes com doença neurológica preexistente, tem uma predisposição maior a desenvolver esta síndrome. A evolução para choque cardiogênico é incomum, mas pode acontecer em fase aguda e o uso do suporte circulatório mecânico torna-se fundamental.Conclusão: Pacientes portadores de doença neurológica que passam por algum episódio de alta carga de estresse ou episódio convulsivo, podem apresentar predisposição maior a desenvolver cardiomiopatia de Takotsubo.

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