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Efeito da psicoterapia na qualidade de vida e recorrência de eventos em pacientes com síncope vasovagal recorrente: um estudo randomizado

Renata Libanori Aleixo de Barros e Silva, Denise Tessariol Hachul, Pedro Gabriel Melo de Barros e Silva, Mauricio Ibrahim Scanavacca
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A síncope vasovagal recorrente, embora apresente prognóstico benigno em termos de sobrevida, está associada a comprometimento significativo da qualidade de vida. O comprometimento do estado emocional também está relacionado à recorrência dos eventos, fechando um ciclo negativo para a história natural da doença.

Objetivos: Avaliar o efeito da psicoterapia na qualidade de vida e também no número de eventos síncope e pré-síncope durante um ano de acompanhamento em pacientes com síncope vasovagal recorrente.

Métodos: Foi realizado um ensaio clínico randomizado, incluindo 10 pacientes com síncope vasovagal recorrente e tilt test positivo. História de doença cardíaca e intervenções psiquiátricas / psicoterapêuticas foram os principais critérios de exclusão. Após avaliação da elegibilidade e randomização, metade dos pacientes foi submetida a sessões regulares de psicoterapia, enquanto o grupo controle foi seguido de acordo com a rotina institucional, sem psicoterapia. As sessões ocorreram semanalmente, durante 12 meses. Qualidade de vida (QV) pelo SF-36 e recorrência de síncope e pré-síncope foram avaliadas antes da randomização e durante os primeiros 12 meses após a inclusão. 

Resultados: Entre os pacientes incluídos, 70% eram do sexo feminino, com idade média de 47,4 ± 11,1 anos. Todos apresentavam tilt test positivo, 80% com resposta vasovagal mista. Os grupos estavam bem equilibrados nas características basais e todos os pacientes completaram o acompanhamento planejado de um ano. Na avaliação da QV pelo SF-36, comparando antes e um ano após a randomização, não houve diferença estatisticamente significante no grupo controle (49,9 ± 9,8 vs. 46,9 ± 3,4, P = 0,20), mas houve uma melhora significativa no grupo intervenção (44,9 ± 11,9 vs. 68,8 ± 7,8, P <0,01), principalmente nos domínios: dor, estado geral de saúde, limitação emocional e saúde mental. Comparando os dois grupos aos 12 meses, os pacientes submetidos a sessões de psicoterapia apresentaram melhor QV (68,8 ± 7,8 vs. 46,9 ± 3,4, P <0,01). Em relação à recorrência de eventos de síncope, não houve alteração significativa no grupo controle; no entanto, no grupo intervenção houve uma redução significativa na taxa de episódios pré-síncope por mês (5,6 ± 2,1 x 1,7 ± 0,9; P = 0,02) e também uma redução significativa na taxa de síncope por ano (4,6 ± 3,3 x 1,0 ± 0,7; P = 0,04).

Conclusões: Em um ensaio clínico randomizado, pacientes com síncope vasovagal recorrente submetidos a intervenção psicoterapêutica regular apresentaram menor recorrência de eventos e melhora da qualidade de vida em um ano.

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