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ANÁLISE MULTICÊNTRICA DA APRESENTAÇÃO CLÍNICA DE PACIENTES COM INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO NO REGISTRO ROAD

Pedro Gabriel Melo de Barros e Silva, Alexandre Soeiro, Rodrigo Balada, Lucas Macedo, Thiago Macedo, Marcio Sampaio, Felipe Malafaia, Patricia Guimarães, Valter Furlan, Renato Delascio Lopes
Hospital Samaritano Paulista - São Paulo - São Paulo - Brasil, INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Dados internacionais indicam que até 30% dos casos de infarto agudo do miocárdio (IAM) não apresentam dor torácica. No entanto, dados contemporâneos sobre sintomas de acordo com o tipo de IAM são limitados na América Latina.

Objetivo: Identificar, em um registro brasileiro, a apresentação clínica mais comum dos pacientes com IAM em geral e de acordo com o tipo de IAM.

Métodos: Foram analisadas duas fontes de informação: 1) o registro ROAD, uma coorte retrospectiva de 2884 pacientes com IAM de 15 hospitais, incluídos no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2018; 2) um registro prospectivo de 435 pacientes consecutivos com IAM avaliados na fase aguda por cardiologistas por meio de uma rede de telemedicina em 2019. Em ambos os grupos, os casos foram separados de acordo com o tipo de IAM. As queixas iniciais foram categorizadas como dor torácica (típica ou atípica), dor epigástrica e ausência de dor no peito / epigástrica. Sintomas adicionais também foram registrados e analisados.

Resultados: A dor torácica típica foi identificada em 58,1% de todos os pacientes com IAM e esse percentual variou de 53,7% (pacientes com IAM sem elevação de ST avaliados por um médico de emergência) a 75,2% (pacientes com IAM com elevação de ST avaliados por um cardiologista). Pacientes com infarto do miocárdio sem dor torácica / epigástrica foram mais comumente identificados pelo cardiologista quando comparados à avaliação do médico de emergência (8,7% vs. 3,2%; P <0,01). A mortalidade aumentou de forma progressiva com os seguintes sintomas: dor torácica típica (1,37%); Epigastralgia (1,44%); Dor torácica atípica (4,38%); ausência de dor torácica (9,09%) (P <0,01). A maior mortalidade foi identificada entre os pacientes com IAM com elevação de ST e sem dor torácica (mortalidade de 29,4%). Esse grupo representou 2,2% de todos os casos de IAMCSST, com idade média de 65,6 anos, e as queixas mais comuns foram uma ou mais das seguintes: mal-estar não específico (41,18%), sudorese (41,18%), vômitos (23,52%) e dispnéia (23,52%).

Conclusão: No maior registro de sintomas em uma população contemporânea de pacientes com IAM no Brasil, os casos sem dor torácica ou epigástrica foram identificados com menos frequência do que a literatura internacional anterior. Esse grupo foi identificado com mais frequência usando o suporte de um cardiologista por telemedicina. Os dados gerados a partir deste estudo podem ser úteis para o desenvolvimento de critérios de inclusão e avaliação em protocolos de dor torácica.

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