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Dissecção coronariana após quimioterapia com Cisplatina: um relato de caso.

Julia Nobrega de Brito, Fernando Faglioni Ribas, Matheus Laterza Ribeiro, Luis Paulo de Miranda Araujo Soares, Gabriel Dodo Buchler, Decio Salvadori Junior
HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - - SP - BRASIL

Introdução: Com o aumento da expectativa de vida e da faixa etária  em pacientes oncológicos, tem sido cada vez mais frequente casos de cardiotoxicidade por quimioterápicos. A Cisplatina constitui uma opção frequentemente utilizada e com potencial de dano cardiológico, inclusive com evidências de arritmias, aumento da incidência de hipertensão arterial sistêmica, eventos coronarianos e insuficiência cardíaca. A dissecção espontânea de artérias coronárias (DEAS) constitui evento infrequente e subdiagnosticado na população em geral, especialmente idosos do sexo masculino. Relato de caso: Masculino, 71 anos, ex-tabagista e dislipidêmico, submetido a tratamento cirúrgico em março de 2019 para neoplasia de laringe associada a radioterapia (30 sessões) e quimioterapia (9 sessões) com cisplatina, com término em agosto 2019. Apresentava dispneia e angina aos esforços moderados, com piora nos últimos meses, especialmente após tratamento oncológico. Realizou cateterismo cardíaco eletivo em fevereiro de 2020 que evidenciou dissecção de coronária direita extensa e porção proximal da artéria descendente anterior (ADA), com imagens de trombos, mas sem afastar aterosclerose associada à lesão de ADA. Ecocardiograma evidenciou função ventricular preservada apesar de acinesia médio e basal em parede inferior. Como paciente com melhora parcial dos sintomas após otimização medicamentosa, após discussão em Heart Team, optado por manter tratamento conservador com antiagregação plaquetária, sem anticoagulação e programar novo estudo da anatomia coronariana futuramente. Discussão: A cardiotoxicidade da Cisplatina e outros quimioterápicos como Fluorouracil e Capecitabina já é bem descrita, inclusive em paciente sem fatores de risco para aterosclerose. Entretanto, casos de DEACs relacionadas a tratamento quimioterápico recente são escassos na literatura, assim como  manejo terapêutico mais apropriado. Um dos mecanismos descritos inclui vasoespasmo, disfunção endotelial e eventos trombóticos. Assim como nos casos não relacionados a quimioterápicos, não há terapêutica bem estabelecida e medidas preventivas a serem realizadas. Conclusão: A Cisplatina pode estar relacionada a DEAC, porém com mecanismo fisiopatológico complexo e pouco compreendido. O tratamento mais indicado deve ser individualizado e não há consenso sobre dupla antiagregação e anticoagulação, assim como medidas de cardioproteção.

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