A Insuficiência Cardíaca é reconhecida como uma doença de mau prognóstico, sendo descrito mortalidade de 50% dos pacientes em 5 anos de seguimento. Avaliamos neste estudo a mortalidade em 10 anos dos pacientes que participaram do estudo FAST-Carvedilol. Os 92 pacientes do estudo foram seguidos e avaliamos se dar alta para os pacientes com tratamento otimizado influenciaria a evolução a longo prazo.
Métodos – Noventa e dois pacientes com IC avançada (NYHF IV) e FEVE <45% hospitalizados para compensação foram divididos em dois grupos e seguidos por 1 ano e neste trabalho por 10 anos. 46 pacientes foram alocados no grupo tratamento (FAST- Carvedilol) e tiveram a dose do carvedilol elevada a cada dois dias antes da alta e o grupo controle tiveram alta com a dose inicial. No estudo constatou-se ser seguro esta medida e no seguimento do primeiro ano observou-se que a sobrevida foi significantemente maior no grupo tratamento. Continuamos seguindo todos os pacientes até os dias de hoje. Avaliamos a sobrevida dos pacientes considerando o grupo a que pertenceram e de acordo com a dose de carvedilol que estavam recebendo na avaliação do primeiro ano. Na análise estatística foram utilizados os testes t de Student, Qui-quadrado. Foi considerado significante P < 0,05. Utilizamos o programa SPSS para análise.
Resultados- Com 5 anos de seguimento estavam vivos 37,5% e 52% respectivamente dos pacientes que estavam tomando 6,25 mg e 25 mg 2 x ao dia de carvedilol. Ao final de 10 anos sobreviveram 6 (6,5%), sendo destes 2 transplantados. Os pacientes tratados com dose de 12,5 ou 25 mg 2 x ao dia tiveram sobrevida maior em meses do que os com doses mais baixas (33,2 vs 20,3 meses).
Conclusões- A IC avançada, mesmo nos dias de hoje, continua sendo doença maligna com menos de 5% sobrevivendo 10 anos com o tratamento clínico otimizado. Doses iguais ou maiores que 50% da dose alvo prolongaram a sobrevida dos pacientes dessa população em mais de 1 ano.